Terreiros de Umbanda são alvo de vandalismo em SP

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Depois de dois ataques, ocorridos em setembro e outubro deste ano, mais uma casa de Umbanda foi vandalizada em Sumaré, interior de São Paulo. A tentativa de invasão ocorreu no início deste mês, mas a mãe de santo, com medo de represálias, não informou o dia nem local dos atos. 

Mais uma casa foi vandalizada. A terceira em menos de 90 dias – Foto: Divulgação

Segundo o boletim de ocorrência, os criminosos não conseguiram invadir o local, mas arrancaram o toldo e vandalizaram a fachada. Fabiana Cavalcanti, dirigente da Casa de Caridade Pai João de Oyó, que representa a maioria dos pais e mães de santo de Sumaré, ressalta o papel do Estado na proteção das casas de Axé. “É dever do Estado proteger o cidadão e a casa de oração, seja ela católica, evangélica, budista, kardecista, seja de matriz africana. Sentir esse racismo religioso, essa intolerância religiosa comendo a gente vivo, deixa a gente bastante chateado”, diz.

Suspeito

Representantes dos terreiros de Sumaré relataram à polícia que observaram um Chevrolet Corsa rondando as casas, a placa foi anotada e repassada às autoridades. Porém, na consulta realizada, está registrada em um Meriva. “Vários pais e mães reclamaram sobre isso. Disseram que ele passa bem devagar, tira várias fotografias e sai cantando pneu. Estamos bem apreensivos”, comenta Fabiana.

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Ela informa ainda que sempre pede para um dos irmãos de fé ficarem na entrada das casas, vigiando, mas apenas para tirar fotos e filmar atitudes suspeitas. Além disso, a líder religiosa disse que já foram feitas reuniões com assessores políticos e nada foi feito. “Sumaré está esperando um corpo de um pai ou uma mãe de santo estendido no meio do terreiro, com um tiro no peito, para selar a intolerância religiosa e o racismo religioso”, conclui. 

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