O ativista negro e LGBTQIA+, Antonio Isuperio, voltou a receber ameaças de morte e intimidações através de mensagens anônimas pelo WhatsApp e Telegram, a quinta coação desde junho de 2021. Em algumas das mensagens, os criminosos dizem que “ele vai acabar contigo, macaco, e usar seu cabelo como bombril” e “tenho ódio de negros”.
Os envios ocorreram no dia 12/04, 15 minutos depois dele publicar um discurso racista que circulava na internet. Em entrevista ao Notícia Preta, Isuperio contou que desacredita da estrutura judicial brasileira já que não é a primeira vez e somente uma denúncia sucedeu em processo finalizado. “Acredito que existam setores e pessoas dentro da estrutura da justiça que possam dar passos positivos. Mas da estrutura sou completamente desacreditado. Por isso estamos buscando órgãos internacionais. Eu saí do Brasil por racismo e tenho um sonho de voltar para meu país. Assim fica realmente difícil”, conta o ativista.
Segundo Antonio, a motivação das ameaças provavelmente é devido ao trabalho realizado contra grupos supremacistas, já que desvendou uma célula inteira e enviou os documentos para a polícia. Estas reuniões da organização aconteciam no Discord, serviço de comunicação instantânea, em que você pode trocar mensagens de áudio, texto e vídeo, e havia tortura, morte de animais, pedofilia, misoginia, racismo e apologia a Hitler. “O nosso trabalho de ativismo está principalmente relacionado ao racismo, já que todas as ameaças vieram de supremacistas, sempre anunciado por eles mesmo com símbolos de suástica no contato ou no texto. Essa já é a nossa 5 ameaça. A primeira identificamos, as outras ainda não“, informa o brasileiro que mora em Nova York.
Antonio Isuperio registrou Boletim de Ocorrência (B.O.) na polícia de Nova York e realizou denúncia ao Ministério Público (MPF 20220032142). Além dele, o vereador Leonel Radde (PT) em Porto Alegre, também foi mencionado nas ameaças.
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A justiça brasileira terminou com dois casos, dando prosseguimento pela delegada Andrea Mattos da região Sul. Um resultou na prisão de Israel Soares, de 21 anos, pelo crime de terrorismo, em janeiro de 2022. Entretanto, o outro foi relativizado por outro delegado como “liberdade de expressão” diante de uma fala nazista.
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