A taxa de quem vive em extrema pobreza caiu de 4,2% para 3,3%
Fonte: Agência Brasil
A menor taxa de pessoas vivendo em extrema pobreza dos últimos 40 anos, no Brasil, foi registrada na passagem de maio para junho deste 2020, em meio a pandemia da Covid-19. Para o pesquisador que realizou a análise, Daniel Duque, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), as reduções coincidem com o aumento da cobertura do auxílio emergencial.
O trabalho foi realizado com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Covid 19 (Pnad Covid-19) de junho, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e nos parâmetros do Banco Mundial na definição de linha de pobreza.
De acordo com a Pnad Covid 19, a faixa dos que vivem com menos de US$ 1,90 por dia, ou R$ 154 mensais, caiu de 4,2% para 3,3% de maio para junho deste ano. Isso significa que o número passou de 8,8 milhões de pessoas para 6,9 milhões de pessoas que vivem com menos de R$ 154 por mês, fração que está na faixa da pobreza extrema. Já a referente à parcela dos que vivem com menos de US$ 5,50 por dia, ou R$ 446 mensais, e que estariam na faixa de pobreza, caiu de 23,8% para 21,7%.
Segundo o informativo “Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil”, divulgado hoje pelo IBGE em 2019, entre as pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza extrema, os negros são maioria. Enquanto 3,6% das pessoas brancas tinham rendimentos inferiores aos valores da “linha da pobreza”, entre pessoas pretas ou pardas eram 8,8%.
O auxílio emergencial deve findar em breve, assim o economista aproveitou a divulgação da pesquisa para ampliar a analise nas redes sociais e afirmou que “transferências diretas são importantes, mas não são tudo”. Além de sugerir a necessidade de pensar em reformas e mudanças estruturais que possam garantir uma redistribuição de renda. Essa seria a medida mais duradoura para caminhar a uma redução da desigualdade no País.