Nesta terça-feira (15) ocorreram mais duas mortes, decorrentes da chacina no Guarujá, no litoral de São Paulo, somando um total 18 mortos, desde que a operação na região começou, no dia 28 de julho. Uma força-tarefa montada pelo Ministério Público de São Paulo, informou que teve acesso a apenas seis filmagens gravadas pelas câmeras corporais dos policiais.
Assim que a ação da polícia começou, a Defensoria Pública de São Paulo oficiou a Secretaria da Segurança Pública (SSP) do estado, solicitando que os policiais militares envolvidos nas mortes fossem afastados temporariamente, e que ela fosse interrompida. Mas a operação continuou, mesmo com moradores da região relatando atitudes violentas dos PMs.
Segundo o Ministério Público, dos dez casos que estão sendo investigados, a Polícia Militar informou que não dispõe de imagens. Somente quatro foram gravadas em vídeos, e três registraram a situação. Em outras duas ocorrências foram identificadas falhas nos equipamentos, incluindo câmeras descarregadas ou falta de acionamento da gravação em alta qualidade de imagem e som.
No começo do mês de agosto, o governador do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse que “não houve excessos” na operação, e classificou a atuação dos policiais como “profissional”.
A ação tem sido alvo de críticas em meio a denúncias dos moradores que relatam atitudes violentas dos PMS, invasão de residências e de mortes de pessoas inocentes. O que tem sido negado tanto pelo governador de São Paulo, quanto pelo secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite.
Claudinho Silva, ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo, virou alvo de ameaças de morte depois que começou a investigar o ocorrido na chacina do Guarujá. Durante as investigações, um ouvidor revelou ter sido ameaçado.
A Chacina do Guarujá é considerada a terceira ação policial mais letal da história do Estado de São Paulo.
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