A ministra do Planejamento, Simone Tebet, disse nesta quarta-feira (4) que deseja ter uma equipe mais diversa, com mulheres pretas, mas está com dificuldade para contratá-las.
A ministra explicou o motivo sua dificuldade em encontrar mulheres negras que aceitem as vagas. Segundo Tebet, elas são arrimo de família, ou seja, sustentam financeiramente seus lares e, por isso, fica mais difícil tirá-las de suas cidades para irem morar em Brasília. Somado a isto, tem o fato do salário oferecido no ministério não ser bom o suficiente para encorajar a mudança dessas mulheres.
“Acho que a gente tem que prezar acima de tudo pela diversidade. Estou indo para uma pasta que hoje ainda é extremamente masculina. Quero não só ter mulheres, mas mulheres pretas“, disse Tebet.
“E a gente sabe, lamentavelmente, que mulheres pretas normalmente são arrirmo de família. Trazer de fora de Brasília é muito difícil“, completou.
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Diante da dificuldade em contratar mulheres pretas, ela afirmou que vai demorar um pouco para anunciar nomes da pasta.
“Enquanto eu não tiver esse mapa bonitinho, eu não quero anunciar. Eu faço questão que o ministério dentro do possível tenha de alguma forma a cara do Brasil, que é diversidade“, concluiu a ministra.
Mulheres negras no mercado de trabalho
Uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) apontou que entre janeiro e março de 2022, das quase 49 milhões de mulheres negras em idade para trabalhar, apenas metade estava inserida no mercado de trabalho (51,2%). O estudo foi feito com base nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A pesquisa também evidenciou que as mulheres pretas e pardas ganham, em média, menos da metade que os homens brancos e cerca de 60% do rendimento médio das mulheres brancas.
Isso significa que só metade das mulheres negras consegue uma vaga e, mesmo assim, com salários baixos e em condições ruins, e tampouco, estão em posições de liderança.
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