Prefeitura de Belo Horizonte publicou hoje a exoneração no Diário Oficial do Município
A servidora Etiene Martins foi exonerada nesta quarta feira (18) dos quadros da prefeitura de Belo Horizonte. Em novembro do ano passado, Etiene oficializou uma queixa contra o guarda municipal Luzardo Damasceno por ele ter dito que “preto bom, é preto morto” em um evento da Secretaria Municipal de Segurança e Prevenção.
Segundo Etiene, já era de se esperar essa atitude do executivo. “Eu não esperava nada de diferente, até porque, desde que denunciei as violências que sofri no ambiente de trabalho, fui colocada isolada de toda a equipe da Secretaria, em uma sala sem banheiro e sem ar condicionado, como as dos demais servidores. Meus superiores me deixavam ociosa, sem me repassar nenhuma demanda de trabalho”, afirmou.
Ainda segundo ela, cumpriu todas as atribuições do cargo e não tem intenções de voltar ao executivo municipal. “Eu fiz tudo que estava ao meu alcance, pautei políticas em prol da vida da juventude negra, coordenei o Relatório de Prevenção à Letalidade Juvenil e de Adolescentes e várias outras ações de melhoria da segurança em BH como a construção de oito bibliotecas na cidade, bibliotecas direcionadas e especializadas na juventude negra periférica que envolveu com a criminalidade. Agora é bola pra frente, até porque sou mais útil atuando no movimento social nesse momento. Não posso legitimar o racismo fazendo parte de uma instituição que não se posiciona diante desse crime cruel”, lamentou.
O Caso
No início do mês de agosto, o Notícia Preta veiculou a matéria em que a servidora acusou um agente da Guarda Municipal de racismo. A prefeitura alegou que “está apurando com rigor as denúncias de racismo feitas pela servidora”. “Na ocasião, os procedimentos para a apuração interna da denúncia foram iniciados imediatamente, no âmbito da própria secretaria, por parte da Corregedoria da Guarda Municipal. A investigação minuciosa dos fatos resultou na conclusão pelo arquivamento do processo contra o guarda municipal”.
Ainda de acordo com Etiene, o processo contra o Guarda Municipal está sendo investigado pela polícia civil, já que o fato do agente ter me dito que “Preto bom é preto morto” foi interpretado pela corregedoria da Guarda Municipal como uma “Fala não apropriada para o local de trabalho”, finalizou.