Por Rozangela Silva
Na semana das celebrações do Dia Nacional da Consciência Negra, O Arquivo Nacional do Rio de Janeiro recebe entre os dias 19 e 21 de novembro, o Festival Global Cultural dos Povos Tradicionais Africanos e Afro-diaspóricos. O objetivo do evento é proporcionar uma melhor e maior integração não só no campo artístico, mas também em todas as ações em defesa da liberdade religiosa e da tolerância, e conseguiu perfeitamente.
O projeto do Grupo Pan Africano de Pesquisa Estratégica e Política (PANAFSTRAG), em parceria com CEAP; Arquivo Nacional, Biblioteca Parque, IFCS e UNIRIO, começou o dia (19) no ARQUIVO NACIONAL, por volta das 10h30, abriu com apresentação da Orquestra de Berimbaus Abadá-Capoeira, que tocou o hino nacional com toques de berimbaus, ficou incrível.
“Precisamos pensar que a consciência negra precisa existir e nos fazer coexistir todos os dias. Pois a comunidade negra existe e resiste todos os dias. Resiste conta o ódio, contra o racismo, contra o machismo, contra a tolerâncias, a estigmatização social!”, diz Ivanir dos Santos, interlocutor PANAFSTRAG.
Outro momento incrível ficou por conta da apresentação Iewá PADE, com um solo da estudante cubana Miriam Bárbara Millares Torres, que cantou uma reza em yorubá – Eleguá (Eleguá em Cuba/Exu no Brasil – Na Santeria é sincretizado com o Santo Niño de Atocha ou com Santo Antônio de Pádua), o cântico significou abertura dos caminhos.
Na sequência, mesa de abertura com Ivanir dos Santos, Elé Semog (CEAP), Fernando Porto (UNIRIO), André Cardoso (Arquivo Nacional), Alexandre Carvalho (PADE), Angela Bretas (UFRJ) e Michel Fonseca (UFRJ). Por volta das 14h, foi dando início para roda de conversa com o tema “Identidade e Memória: Diáspora e Religiões no Brasil – Mediadora: Carolina Rocha, Doutor Renato Barreto, Carolina Potiguara e Genilson Leite.
Ainda no dia 19, aconteceu a performance “Corpo Macumba”, de autoria de Fábio Costta, que trouxe um festejo, uma rememoração de um corpo que é atravessado por diversos saberes adquiridos na encruzilhada da existência.
Em seguida foi a vez da oficina de ritmos “Uma vivência Afro-Amazônica”, com Mestre Silvan Galvão. O paraense de Santarém arrasou, mostrando os movimentos de salvaguarda do Carimbó, assim como deu uma aula de diversos toques de percussão. E ainda colocou todo mundo pra dançar e cantar.
A noite, no Teatro João Caetano, o Jongo da Serrinha apresentou o espetáculo “Vida ao Jongo”, que conta a história do ritmo, que deu origem ao samba. Vovó Maria Joana Rezadeira, foi a estrela da noite, esbanjando vitalidade e simpatia, o grupo fez uma apresentação majestosa.
“O festival apontou as possibilidades de consolidação de novas parcerias numa perspectiva solidária tanto social quanto científica”, conta Ele Semog, secretário executivo do CEAP.
O festival encerra nesta quarta-feira (21) com eventos no Arquivo Nacional e UNIRIO.
Confira a programação: 21 de Novembro
– ARQUIVO NACIONAL
10h às 12h – Mesa 4: Corpo Afro-diaspórico (Auditório principal). Mediadora: Professora Doutora Tatiana Damasceno – Palestrantes: Professora Doutora Denise Zenícola, Professora Doutora Ana M. Canavarro Benite e Professor Mestre Éle Semog
10h às 12h – Atividade concomitante: Mostra de Curtas e Médias, seguido por Roda de Conversa (Cave)
14h às 16h – Mesa 5: Criação do Mundo Segundo os Fons, Bantos e Iorubás (Auditório principal). Mediadora: Professora Pós Doutora Helena Theodoro – Palestrantes: Milton Cunha, Laila (Beija-flor) e Severo Luzardo Filho (União da Ilha)
14h às 16h – Atividade concomitante: Mostra de Curtas e Médias, seguido por Roda de Conversa (Cave)
16h30 às 18h – Teatro de Arena do Arquivo Nacional: Jongo de Pinheiral
– TEATRO JOÃO CAETANO
19h às 21h – Tamborzada – Companhia Folclórica do Rio – UFRJ 30 anos.
* A Companhia é um grupo artístico, de pesquisa e de divulgação da cultura popular brasileira constituído por professores, funcionários e alunos de diversas unidades da UFRJ. Produzem espetáculos de música, danças e folguedos brasileiros, promove atividades e eventos científicos e culturais, além de cursos de extensão e para a educação continuada. O espetáculo, pontuado por inserções poético-narrativas de mestres consagrados da cultura popular, que contam e recontam histórias e lendas pautadas na sabedoria desses artistas do povo, o trabalho inédito, e interativo é resultado de 30 anos de pesquisas junto a importantes figuras da cultura brasileira.
– UNIRIO
10h às 12h – Mesa 6: Políticas públicas de acervos arquivísticos dos povos afro-brasileiros e indígenas
Mediador: Dr. Flávio Leal Silva (UNIRIO)
Palestrantes: Carla Lopes – servidora do AN Coordenadora da Mesa – Doutorando do PPGARTES/UERJ – Claudia Beatriz Heynemann. Pesquisadora e curadora no Arquivo Nacional. Doutora em História Social/UFRJ – Gabriel Cid – Museu Afro-digital (Seção Rio de Janeiro) – Doutor em Sociologia (IESP/UERJ), Mestre em Planejamento Urbano e Regional (IPPUR/UFRJ), graduação em Ciências Sociais (UERJ) e em História (UNIRIO).