Realizada pelo IDG com investimentos da State Grid, segunda fase de obras do sítio histórico ganha nome, redes sociais e projeto educativo online para professores da rede pública e educadores museais
“Valongo – Cais de Ancestralidades” é o nome adotado para o projeto nesta segunda fase realizada que inclui obras de melhorias de infraestrutura, sinalização no sítio histórico, projeto expositivo e que ganha, nesta semana, site e redes sociais, além de um projeto educativo voltado para professores da rede pública da cidade e educadores museais. Com a pandemia do coronavírus, o formato das aulas foi refeito e vão acontecer em ambiente online. As inscrições começam no próximo dia 24/9.
O curso de Educação Patrimonial “Valongo, Cais de Ideias” terá duração de 3 meses e o compromisso com o “não esquecimento”, não só com a memória dos negros escravizados que aportaram no Cais do Valongo, mas também ressaltando a importância histórica e cultural desse patrimônio para a sociedade. O objetivo é potencializar a ressignificação das identidades construídas e reconstruídas na diáspora. “Valongo, Cais de Ideias” faz parte do projeto de reestruturação que entende o sítio arqueológico como local de memória, de fatos e eventos sensíveis para a história da humanidade.
“Escravização e apagamento são duas, dentre tantas palavras, que atravessam a população negra e estão muito fortes e presentes quando se trata do Sítio Histórico e Arqueológico do Cais do Valongo. Em formato virtual, a trajetória educativa do curso inicia sua primeira fase convidando professores da rede pública e educadores museais a participar, gratuitamente, dessa reflexão sobre Patrimônio, Memória e Diáspora, pensando estratégias no presente e para o futuro” – afirmam Luis Araújo e Jéssica Hipolito, responsáveis pelo projeto.
Com investimentos da empresa chinesa State Grid Brazil Holding (SGBH), gestão do Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG), apoio da Prefeitura do Rio de Janeiro, através da Secretaria Municipal de Cultura, IRPH e CDURP, bem como apoio do INEPAC e supervisão e apoio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), o sítio histórico ganhará melhorias de infraestrutura, sinalização, valorização cênica e turística. O canteiro de obras para a instalação do guarda-corpo está em fase de licenciamento. Os projetos de sinalização direcional, iluminação cênica monumental e os painéis expositivos já foram elaborados e aguardam aprovação final pelo IPHAN.
“O Cais do Valongo faz parte do nosso compromisso em apoiar a reconstrução da identidade brasileira, atuando em prol da proteção e preservação da herança cultural e histórica da sociedade. Ao promover ações educativas sobre o local colaboramos para manter vivo um espaço que é referência não só para os brasileiros, mas para toda a humanidade”, declara o vice-presidente da State Grid Brazil Holding, Anselmo Leal.
Os módulos expositivos, elaborados por um time de especialistas em culturas negras da diáspora, e que tem caráter de exposição permanente, vão propor ao público reflexão crítica sobre a escravização, a diversidade dos povos africanos que influenciaram na formação do Brasil, a ressignificação das identidades conhecidas e desconhecidas e reposicionará os africanos como sujeitos históricos e de resistência que, não à toa, formaram a região conhecida como “Pequena África”.
Dentro do processo de reconstrução, de fortalecimento da necessidade de um diálogo sólido entre o Cais do Valongo e a sociedade, o trabalho de valorização da história, da memória e da cultura africana e afro-brasileira que nos constitui não se dará apenas presencialmente, mas também através do Site (www.caisdovalongo.org.br), do Facebook e Instagram @ocaisdovalongo que visam a uma maior socialização do bem.
O Cais do Valongo foi considerado Patrimônio Mundial da UNESCO, em 2017, por ser o único vestígio material do desembarque de cerca de 1 milhão de africanos escravizados nas Américas. Esta é a segunda grande intervenção no local desde a obtenção do título e tem, entre outros objetivos, a missão de difundir o valor histórico do local. O sítio arqueológico foi redescoberto em 2011 durante obras de revitalização da Prefeitura na zona portuária do Rio de Janeiro, na operação urbana Porto Maravilha. Rapidamente, recuperou seu significado na memória da escravidão no mundo e hoje é parte importante da área da cidade conhecida como “Pequena África”.