Diminui a quantidade de trabalhadores que recebem menos de um salário mínimo

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Apesar de o Brasil ter fechado o ano de 2022 com a menor taxa de desemprego (7,9%), um terço dos trabalhadores brasileiros ainda recebem abaixo de um salário mínimo. No total são mais de 33,2 milhões de pessoas vivendo com essa renda. Essa realidade financeira tem como principal causa a pandemia de Covid-19.

Agora, o país enfrenta uma melhora. Desde junho, a quantidade de trabalhadores que recebem entre meio e um salário mínimo está em queda. São quase 2 milhões a menos nesta faixa de renda. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no trimestre final de 2022, houve um recorde no número de trabalhadores que recebem mais que dois salários mínimos, com o equivalente  a 32,9 milhões de pessoas.

Foto: Pixabay

A expectativa é que esse grupo se torne a maior parcela dos trabalhadores já no próximo levantamento feito pelo órgão. Segundo Bruno Imaizumi, economista da LCA Consultores e autor do levantamento com base nos dados da PNAD, a trajetória do mercado de trabalho deve manter a tendência de queda entre os que recebem menos que um salário mínimo, mesmo sem um aumento expressivo do número de empregados.

Em certo ponto, segundo ele, isso demonstra as trocas de emprego dentro do mercado de trabalho, e até mesmo quando trabalhadores qualificados retornam para empregos com remuneração mais alta, ou até mesmo com o aumento das vagas de emprego em setores que foram afetados pela Pandemia .

“O ano de 2022 foi um ano forte do ponto de vista de ocupação, mas nem tanto pelo lado da renda. Já 2023 deve ser o contrário: um aumento de renda sem tanta criação de vagas”, diz o economista.

 A partir dos resultados do Produto Interno Bruto (PIB), divulgados na última semana, o 4º trimestre de 2022 foi o primeiro a registrar queda em relação aos três meses anteriores, desde o 2º trimestre de 2021. O recuo foi de 0,2% contra a janela passada. O que equivale a um processo de perda de força da atividade econômica, visto trimestre a trimestre.

A economista-chefe da A.C. Pastore, Paula Magalhães, disse em entrevista ao G1, que acredita que será muito difícil não acontecer uma desaceleração brusca, contando que o país tem um patamar de juros altos e que há uma falta de motor para o consumo com o alto endividamento da população.

“A desaceleração da economia já se mostra com os dados de crédito, inadimplência subindo, e isso vai impactar o consumo. Por enquanto, o mercado de trabalho vai bem, mas os dados são muito defasados e ele responde por último entre os termômetros que temos”, diz a economista.

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Segundo o blog do Valdo Cruz, o presidente Lula conta  com programas do  seu governo como aumento real do salário mínimo e novo Bolsa Família, para tentar parar a desaceleração do crescimento da economia brasileira.

Marina Lopes

Marina Lopes

Marina Lopes é jornalista e escritora juiz-forana, apaixonada pela palavra e por contar histórias através dela.

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