Há quase um mês comecei, por acaso, a seguir o perfil “Eu Rochelle Brasileira” no Instagram. Naquele momento, a página tinha em torno de 600 mil seguidores. Para mim foi uma alegria muito grande ver que uma mãe de família preta, que resolve nos trazer alegria, estava viralizando seus vídeos com suas filhas ao dublar e narrar de maneira criativa as experiências gastronômicas acompanhadas de “killichupp”. E, para nossa alegria (meme que tem tudo a ver com famílias pretas) nesta semana, Luniela Roberta alcançou seu primeiro milhão de seguidores.
Os vídeos da influenciadora digital têm viralizado nas redes sociais e gerado réplicas de diferentes formas. Mas o que Luniela e suas filhas têm de diferente? Vou resumir em uma única palavra em caixa alta: CARISMA. Poderia ser apenas mais um vídeo de uma mãe brincando com suas filhas, mas existe ali uma forma de comunicar que pega a gente pelo humor.
Mas pega a gente também pelo estômago; afinal, a maioria dos vídeos têm relação com o momento que a Luniela chega com comida para suas filhas e; de maneira artisticamente engraçada, a filha mais velha faz a narração e se derrete de felicidade ao saber que o lanche acompanha “killichupp”.
Embora organicamente a influencer tenha chegado ao seu primeiro um milhão de seguidores, a pergunta que levantamos no Festival Gastronomia Preta no Ciclo de Debates Mussum com a presença de Adalberto Neto, Thaís Bernardes e Thales Alves ainda permanece para reflexão: “Cadê as Publi? O apagamento do nosso povo pelas marcas”. Pode ser que algumas marcas estejam em processo de negociação com a página Eu a Rochelle Brasileira; mas, até o momento, vimos apenas pequenos negócios.
Sim, é com muita alegria que celebramos o sucesso orgânico de Luniela e suas filhas e torcemos para que muitas publis cheguem para elas em um pequeno espaço de tempo, pois essa alegria que elas nos trazem merece ser monetizada. Todavia, continuamos aqui torcendo para que ela e outras pessoas pretas possam alcançar o espaço de monetização nas plataformas digitais.
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