Selecionado pelo programa de Fomento Carioca (Foca), o projeto “Experiência Griot” promove 15 oficinas gratuitas em bibliotecas e lonas culturais públicas da cidade, até o dia 27 de maio. A proposta é divulgar a importância dos griots, contadores de histórias, cantores, poetas, para crianças das escolas municipais do Rio de Janeiro.
“Formei-me como artista na cidade do Rio de Janeiro e acabei virando produtora, me envolvendo com diversos projetos, inclusive voltados para a infância. Quando conheci Pape, sonhei com essa circulação para as crianças, especialmente neste período pós-pandemia. Pape é senegalês, de uma região onde os griots, pessoas encarregadas de transmitir sua cultura adiante, através de histórias, música e arte em geral, são de extrema importância para a formação do indivíduo e da sociedade”, explica Adelly Costantini, produtora e idealizadora do projeto.
Ela ressalta ainda que, mesmo tendo sido colonizado igual o Brasil, Senegal pode abrir as portas para ouvir sua ancestralidade. “E olha que bonito, um país colonizado como o nosso, tão acostumado a ouvir histórias europeias, agora pode abrir suas portas, seus teatros, suas bibliotecas para ouvir sua ancestralidade, aprender e reconhecer suas histórias. É um prazer poder fazer parte desse movimento de muitos artistas, educadores e pensadores, trazendo África para o centro da programação cultural da cidade”, celebra a produtora.
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Adelly conta ainda a importância do projeto ‘Experiência Griot’ para o impacto pedagógico, por envolver memória afetiva, território, heranças culturais, criação de subjetividade e, principalmente, sentimentos de empoderamento e pertencimento cultural. “O termo ‘griot’ vem da palavra ‘guiriot, que, em francês, significa palavra “criado”. Franceses e portugueses realizavam trocas comerciais com países da África Ocidental, transformando algumas palavras tradicionais em expressões nas línguas dos colonizadores. Na língua portuguesa, “griot” é “griô”.
Sobre Pape Babou Seck
Músico senegalês descendente de uma família tradicional de griots. Tem 20 anos de experiência como instrutor-treinador cultural (música, dança, teatro, artesanato) em coletividades em diversos países africanos. Pape Babou está no Rio de Janeiro desde 2018 realizando atividades como Oficina para crianças na Casa França-Brasil, Aulas de percussão na Praça Paris – Glória, Aulas de percussão na UERJ, dentre outros eventos.