Segundo a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), 41% dos profissionais que atuam no Brasil, sendo eles jogadores, membros de comissão e arbitragem, afirmam que já sofreram racismo enquanto exerciam sua atividade. A pesquisa analisou os casos de “piadas”, insultos e ataques, mostrando que 53% deles ocorrem nos estádios, 31% nas redes sociais e 11% nas sedes ou centros de treinamentos.
A pesquisa, feita pela CBF em parceria com o Observatório de Discriminação Racial do Futebol e a Nike, falou com 508 profissionais do futebol nacional, e também abordou questões relacionadas a raça, religião, orientação sexual e origem.
Segundo Marcelo Carvalho, diretor executivo do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, os dados revelam o quanto o racismo virou algo comum no Brasil. “Temos diversas leis para punir o racismo, mas não são suficientes. Mesmo com a equiparação de injúria racial ao racismo, dificilmente essas pessoas serão presas. A impunidade faz com que se sintam à vontade.”
As informações para o desenvolvimento da pesquisa foram coletados entre os meses de julho e agosto de 2023, com profissionais atuantes nas Séries A e B do Campeonato Brasileiro masculino, além das Séries A1 e A2 do feminino.
No último mês, os ministérios dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), da Igualdade Racial (MIR) e do Esporte (ME), assinaram com a CBF um protocolo chamado “Com racismo, não tem jogo”, para construir políticas de enfrentamento ao racismo e promoção da igualdade racial nos esportes.
“Estamos desde fevereiro trabalhando em conjunto com outros Ministérios para combater o racismo no futebol. Não é à toa que a gente se opôs a tudo que aconteceu com o Vinicius Junior, tudo o que tem acontecido dentro e fora de campo no futebol brasileiro“, declarou a ministra Anielle Franco, da Igualdade Racial na época que o projeto foi lançado.
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