Em São Paulo, professora é chamada de “macaca” e símbolos nazistas são encontrados em lista de presença

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Ana Koteban, 41 anos, professora de sociologia da rede pública de ensino, registrou queixa na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), após ser vítima de racismo por alunos ainda não identificados. O caso aconteceu na Escola Municipal de Ensino Fundamental e Ensino Médio Professor Lineu Prestes, em Santo Amaro, Zona Sul de São Paulo.

“Macaca” foi um  dos ataques identificados no campo da lista de presença, onde deveriam constar o nome de Ana Koteban e o da disciplina por ela ministrada. Além disso, também foram feitos símbolos da sigla “SS”, que faz referência ao partido Nazista Alemão, em uma das carteiras da sala de aula.

Foto: Reprodução/Redes sociais

A professora registrou um Boletim de Ocorrência na Decradi e, com a cópia da lista de presença e as fotos, ela também comprovou os ataques nazistas, a fim de que uma nova investigação seja apurada e os autores do delito sejam identificados.

Ana revela que “nenhuma medida foi tomada por iniciativa da escola” e foi necessária a mobilização da própria docente e de colegas de trabalho, juntos de estudantes, repudiando o caso. Pessoas do ambiente externo, que atuam no combate ao racismo, também apoiaram a averiguação do caso.

Desde então, o crime registrado como injúria racial no Decradi vem sendo tratado como se fosse uma “brincadeira de mau-gosto” ou algo pontual pela direção do colégio. A situação é colocada como uma questão íntima e pessoal da professora de sociologia.

“Percebi o constrangimento geral, porque todo mundo já sabia do ocorrido, menos eu”, contou Ana que chegou na escola à procura do documento que evidenciasse o crime. Ela consultou outros setores até que a prova fosse encontrada.

O documento estava sob controle do diretor da EMEFM Professor Linneu Prestes. Posto que, segundo a vítima, foi omisso na denúncia do caso. A professora foi informada sobre o crime pelo menos um dia depois do fato, através de colegas de trabalho.

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Em nota, a Secretaria Municipal de Educação da cidade de São Paulo, afirma que repudia o acontecido e disponibilizou a Diretoria Regional de Ensino para colaborar com qualquer investigação oficial que esteja em curso.

Leia a íntegra da nota

A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal da Educação (SME), repudia qualquer ato de discriminação e racismo. Tão logo ficou sabendo do episódio, a Diretoria Regional de Ensino instaurou apuração interna, já em andamento, e está à disposição para colaborar com qualquer investigação oficial em curso. O Núcleo de Apoio e Acompanhamento para a Aprendizagem (NAAPA), que conta com psicopedagogos e psicólogos, acompanha o caso e prestará todo o apoio necessário durante o processo. A EMEFM Professor Linneu Prestes promove ações constantes com a temática antirracista, como rodas de conversa, apresentação de vídeos para discussão e elaboração de textos e, ainda neste mês, há na programação um seminário, onde alunos e professores irão participar. A SME possui o Núcleo de Educação para as Relações Étnico-Raciais (NEER), com base nos princípios de Equidade, Educação Inclusiva e Educação Integral, com o objetivo central de fomentar e promover práticas antirracistas, inclusivas e acolhedoras a todas e todos. Formar profissionais atentos às desigualdades e comprometidos para sua superação perpassa os fazeres deste núcleo. Neste ano, a Prefeitura de São Paulo adquiriu 741.333 livros literários sobre a temática étnico-racial para compor os acervos das escolas municipais e serem distribuídos entre os estudantes por meio do programa Minha Biblioteca. A compra faz parte do programa ‘São Paulo Farol Antirracista’, realizado em parceria com a Secretaria Municipal de Relações Internacionais com intuito de promover ações de combate ao racismo.

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