Presidente da COP30 publica primeira carta sobre a conferência e faz apelo global contra as mudanças climáticas: “A luta do século”

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O presidente-designado da 30ª Conferência do Clima da ONU (COP30), André Corrêa do Lago, publicou a primeira carta sobre os objetivos e a visão do Brasil em relação ao evento, na última segunda-feira (10). A conferência será sediada em Belém, no estado do Pará, em novembro de 2025. No documento, que possui 11 páginas, o embaixador da COP30 traz reflexões a respeito das mudanças climáticas que o planeta sofreu nos últimos anos, além de realizar uma tentativa de mobilização global ao combate à crise climática, que afirma ser a “luta do século”. 

Entre elas o calor, já que 2024 foi o ano mais quente da história e o primeiro a registrar uma média global acima de 1,5 ºC, segundo a Organização Meteorológica Mundial. Logo após, janeiro de 2025 foi considerado o mês mais quente já registrado, de acordo com o Observatório Copernicus. O embaixador também pontuou o papel da cooperação entre as nações: “não há progresso futuro para a humanidade sem uma cooperação profunda, rápida e duradoura entre nossos povos”.

Belém do Pará, berço de cultura, tradições e costumes da Amazônica /Foto: Raphael Luz / Agência Pará

Ao decorrer do documento, o presidente da COP30 apelou para que os países unam forças e alianças para combater “um inimigo em comum: a mudança do clima”. Segundo refletiu na carta, 2025 é o ano que marca o 80º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial e a criação das nações unidas. Ele utiliza o conceito de “multirão” (“Motirõ” em tupi-guarani), que trata de uma comunidade que se une para realizar uma tarefa de maneira coletiva, construindo e se apoiando uns nos outros.

Por isso, “Ao compartilhar essa inestimável sabedoria ancestral e tecnologia social, a presidência da COP30 convida a comunidade internacional a se juntar ao Brasil em um mutirão global contra a mudança do clima, um esforço global de cooperação entre os povos para o progresso da humanidade”.

Sobre o evento

A COP30 é um encontro global que reúne, anualmente, líderes mundiais, organizações não governamentais, cientistas e representantes da sociedade civil, para discutirem ações para o enfrentamento às mudanças climáticas. O evento é um dos principais sobre o tema e representará uma “oportunidade histórica para o Brasil reafirmar seu papel de liderança nas negociações sobre mudanças climáticas e sustentabilidade global”, segundo a Agência Gov. 

O presidente Lula (PT) afirmou a importância do país, que detém 60% da maior floresta tropical do mundo, a Floresta Amazônica, e maior biodiversidade do planeta, sediar as discussões sobre clima e meio ambiente: “Uma coisa é discutir a Amazônia no Egito; outra coisa é discutir a Amazônia em Berlim; outra coisa é discutir a Amazônia em Paris. Agora, não. Agora nós vamos discutir a importância da Amazônia dentro da Amazônia. Nós vamos discutir a questão indígenas, vendo os indígenas. Nós vamos discutir a questão dos povos ribeirinhos, vendo os povos ribeirinhos e vendo como eles vivem”.

São esperados, por estimativas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), 40 mil visitantes durante os dias 10 e 21 de novembro. Desses, em média 7 mil serão de integrantes da ONU e delegações de países membros, conhecidos como “família COP”.

Leia também: Amazônia Para Sempre: festival que promete impulsionar debates climáticos acontece meses antes da COP 30

Êmily Reis

Êmily Reis

Formada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Federal de Viçosa em 2025, possui experiência em assessoria de imprensa, organização de eventos e comunicação institucional pela mesma Universidade. Atualmente, atua como jornalista em uma rádio local da cidade de Ponte Nova.

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