Pobreza atinge recorde de 20 milhões de pessoas nas regiões metropolitanas, aponta estudo

Um levantamento realizado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, o Observatório das Metrópoles e a Rede de Observatórios da Dívida Social na América Latina (RedODSAL) revela que as 22 Regiões Metropolitanas mais importantes do país acumulam 19,8 milhões de pessoas em situação de pobreza, atingindo um recorde desde o início da série histórica, iniciada em 2012.

As regiões metropolitanas brasileiras acumulam 19,8 milhões de pessoas em situação de pobreza – Foto: Pexels

Ao todo, esses números representam 23,7% da população de total dessas regiões. Em comparação com 2020, epicentro da pandemia, essas localidades atingiram o patamar de 16 milhões de pessoas em situação de pobreza. Esse percentual é recorde, uma vez que, desde 2012, não havia chegado a 20% da população das cidades que compõem as regiões metropolitanas.

O 9º Boletim Desigualdade nas Metrópoles, que utiliza dados da Pnad Contínua, fez um comparativo regional e contatou que Manaus (AM) e São Luiz (MA) são as duas regiões que mais apresentam pessoas em situação de pobreza, com 41% e 40,1% respectivamente. Na outra ponta, com os menores índices estão Florianópolis, com 9,9%, e Porto Alegre, com 11,4%.

André Salata, professor do programa de pós-graduação em Ciências Sociais da PUCRS e um dos coordenadores do boletim, ressalta que o momento já era de dificuldade econômica e a pandemia acirrou ainda mais a situação do brasileiro. “A crise já vinha se desenhando. Estávamos em uma maré muito ruim. Em cima disso, veio a pandemia”, afirma.

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Além disso, ele diz ainda que a retirada do Auxílio Emergencial foi um os motivos que, em 2021, a situação se tornou mais catastrófica. “Isso [mudanças no auxílio] fez os indicadores de pobreza darem um salto”, analisa.

Para o ano de 2022, ele lembra ainda que o Auxílio Brasil pode auxiliar os mais pobres, mas em ano eleitoral, tendem a gerar uma recomposição do rendimento. “O Auxílio Brasil de R$ 600, sem dúvida, vai ter impacto na renda dos mais pobres. Mas é bom lembrar que uma política de transferência de renda, para ser bem feita, precisa de sustentabilidade e ser bem focalizada. Há muitas críticas em relação à focalização do auxílio”, conclui.

Igor Rocha

Igor Rocha

Igor Rocha é jornalista, nascido e criado no Cantinho do Céu, com ampla experiência em assessoria de comunicação, produtor de conteúdo e social media.

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