Pentágono inicia desligamento de militares transgêneros após nova diretriz do Departamento de Defesa dos EUA

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O Departamento de Defesa dos Estados Unidos iniciou o processo de desligamento de até mil militares que se identificaram como transgêneros, conforme nova diretriz emitida na quinta-feira, 8 de maio. A medida retoma políticas implementadas durante o governo Trump, agora autorizadas por decisão da Suprema Corte norte-americana.

Segundo o documento oficial, os militares que já se declararam abertamente como transgêneros serão desligados. Aqueles que ainda não se manifestaram publicamente sobre sua identidade de gênero terão 30 dias para deixarem voluntariamente as Forças Armadas. O prazo vai até 6 de junho para militares da ativa e até 7 de julho para membros da reserva e da Guarda Nacional.

De acordo com dados divulgados pelo próprio Pentágono, há atualmente cerca de 4.240 militares com diagnóstico de disforia de gênero em atividade. O número representa uma pequena fração do efetivo militar total, que gira em torno de 2 milhões de pessoas, mas o governo admite que o número real pode ser maior, uma vez que nem todos se declaram oficialmente.

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Segundo o documento oficial, os militares que já se declararam abertamente como transgêneros serão desligados – Foto: Pexels

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Política discriminatória com pessoas transgêneros

A diretriz determina ainda que, para continuar no serviço, militares com esse diagnóstico devem atender a critérios rigorosos. Entre eles, está a exigência de que o indivíduo não tenha iniciado a transição de gênero, apresente estabilidade psicológica com seu sexo biológico por pelo menos 36 meses consecutivos e atue em funções consideradas essenciais para a capacidade de combate das Forças Armadas.

A medida foi implementada sob a liderança do atual secretário de Defesa, Pete Hegseth. Ele argumenta que a política visa preservar a prontidão e a eficácia das tropas, mas a decisão tem gerado duras críticas de organizações de direitos civis.

Grupos LGBTQIA+ e defensores dos direitos humanos consideram a política discriminatória e afirmam que ela viola os direitos constitucionais dos militares transgêneros. Para essas organizações, o desligamento de militares com anos de experiência compromete a própria capacidade operacional das Forças Armadas, além de causar danos psicológicos e sociais às pessoas afetadas.

A nova diretriz revoga a política anterior adotada nas administrações Obama e Biden, que permitia o serviço aberto de pessoas transgêneras. A decisão da Suprema Corte, que liberou o governo para implementar a regra antes do julgamento final de ações judiciais ainda em curso, marca um retrocesso no debate sobre inclusão e diversidade nas Forças Armadas dos Estados Unidos.

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