Em entrevista ao jornal “O GLOBO” deste domingo (13), o cantor e compositor Martinho da Vila opinou sobre os atuais casos de racismo ocorridos no Brasil, como do brutal assassinato do jovem congolês Moïse Kabagambe. O músico comentou as atuais nuances da discriminação racial no país.
“O racismo é uma doença terrível, mas, segundo o Nelson Mandela, é uma doença curável. Ninguém nasce racista. Aprende a ser racista. E, se aprende a ser, pode aprender a amar o próximo. O racismo está forte. E agora, com a internet, as pessoas podem fazer agressões e ficar escondidas. Então, os racistas botaram as asinhas de fora.”, disse o artista.
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Também na opinião de Martinho, há relação entre os episódios de racismo com a postura do presidente Jair Bolsonaro.
“Tem a ver. O presidente não dá bons exemplos. Ele dá maus exemplos. E a função do chefe é dar exemplos. Eles não vêm debaixo, vêm de cima. Quem toca as coisas é o chefe da família, o chefe da nação”, disse Martinho.
Já em relação a corrida presidencial deste ano, Martinho defendeu o voto no ex-presidente Luiz Ignácio Lula da Silva.
“Vou votar no Lula, com certeza. Se ele me pedir, eu faço (campanha), porque ele é meu amigo. Para os amigos eu faço tudo. Para os inimigos, nada.”, sentenciou o artista.
Vale lembrar que Martinho da Vila é o enredo da escola de samba carioca Unidos de Vila Isabel para o Carnaval deste ano. O desfile é um dos mais aguardados não só pelos torcedores da Vila, mas por toda a comunidade do samba. Martinho está desde 1965 na agremiação da Zona Norte do Rio de Janeiro, onde compôs sambas-enredo e exaltou em músicas na carreira. O sambista também é responsável pela criação do enredo “Kizomba”, célebre desfile afro que valeu o primeiro título da escola azul e branca, em 1988.
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