Um levantamento realizado sobre a Operação Verão, realizada pela Polícia Militar na Baixada Santista, no litoral de São Paulo, mostra que 85% das mortes durante os confrontos, aconteceram em regiões com altos níveis de vulnerabilidade. Foram 48 suspeitos mortos na operação, analisada pela TV Tribuna em parceria com a Globo SP.
Em relação às mortes, 17 foram registradas em favelas da região, 13 em casas de palafitas, 10 em morros e 8 em outras localidades. A operação foi organizada na Baixada Santista, em dezembro do ano passado. Ainda segundo o estudo, 24 das 48 mortes foram em comunidades de Santos e São Vicente. Com base na pesquisa, nessas localidades, cerca de 36 mil residentes estão incluídos no Cadastro Único (CadÚnico) e, possivelmente, estão em situação de vulnerabilidade.
Conforme afirma a Polícia Militar (PM), as mortes ocorreram em decorrência de confrontos em ações de combate ao tráfico. No entanto, a população local evidencia o sentimento de medo durante essas operações. “A gente vive num clima de medo constante“, afirmou uma moradora, que preferiu não se identificar, ao g1.
Além do medo das ações policiais, os moradores dessas regiões também vivem em condições precárias, com lixo acumulado pelas ruas. De acordo com um dos coordenadores do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, David Marques, este tipo de ação policial está longe de afetar as lideranças do tráfico de drogas ou as facções criminosas que atuam no estado de São Paulo.
“Muitas vezes, as pessoas que mais lucram e organizam essas redes criminais nem estão nesses locais“, explicou o coordenador, ao g1.
Em nota enviada ao Notícia Preta, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) enfatizou que “as polícias de São Paulo atuam exclusivamente para proteger a população e combater o crime organizado“. Além disso, a pasta informou que 960 pessoas foram presas durante a operação.
Sobre as mortes, a secretaria informou que “decorreram da reação violenta dos criminosos ao trabalho policial e em todos os casos são rigorosamente investigados pela Polícia Civil e Militar, com acompanhamento das respectivas corregedorias, Ministério Público e Poder Judiciário”.
A Operação Verão foi estabelecida na Baixada Santista em dezembro do ano passado. No entanto, em decorrência da morte do policial Samuel Wesley Cosmo, em fevereiro de 2023, o estado deflagrou a 2º fase da ação, com reforços policiais na região. Quando as mortes passaram a ser contabilizadas em 7 de fevereiro, mais um PM foi morto, o cabo José Silveira, assim dando início à 3ª fase da operação.
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