Uma pesquisa realizada pela Central Única das Favelas (CUFA) mostra que 37% dos moradores de vilas e favelas que têm direito ao auxílio emergencial por causa da pandemia de COVID-19 não receberão benefício. Os dados foram divulgados pela Data Favela e, em entrevista à repórter Edilene Lopes, da Rádio Itatiaia, Celso Athayde, presidente da CUFA, alertou que a população preta e pobre são as que mais sofrem os efeitos da pandemia e do isolamento social. “Além dessas pessoas que não tem direito, 38% tem direito, mas não conseguiram por diversos problemas de cadastro, de gestão e no sistema. O que significa que uma parte da favela não conseguiu cadastrar, outra parte tem perfil, se cadastrou, mas não recebeu”, relatou.
Sem escolha de ficar em casa
As populações pretas e pobres, de acordo com Celso Athayde, não têm muita escolha quando o assunto é ficar em casa. São obrigadas a trabalhar para manter o sustento das famílias que dependem dessa renda. “Quando você está em casa e pede uma comida em aplicativo, quem vai entregar é um motoboy da favela. Quem fez essa comida é uma cozinheira da favela e por aí segue em vários outros segmentos, como supermercados também”, afirmou.
Informalidade
Ainda segundo Celso Athayde, o estudo apontou que 52% dos moradores de vilas e favelas trabalham informalmente, sem carteira assinada ou registro profissional. “São essas pessoas que estão segurando o Brasil, mesmo que boa parte delas estão com as empresas fechadas”, finalizou.