O Monitor da Violência, levantamento exclusivo do G1 que monitora as mortes violentas no país, aponta um aumento de 7,33% nos casos de homicídio, latrocínio e lesão corporal seguida de morte no Estado do Rio Grande do Norte. Em números absolutos foram assassinadas no Estado, no ano de 2020, 1.375 pessoas. Em 2019, esse numero foi 1.281 mortes. Segundo os especialistas, Samira Bueno e Renato Sérgio de Lima, diretores do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, os dados têm revelado ano a ano que a grande maioria das vítimas é negra, na evidência do racismo estrutural e institucional da violência no Brasil.
MORTES VIOLENTAS NO RN
O Rio Grande do Norte amarga a 2ª colocação entre os Estados do Brasil com as maiores taxas de homicídios de pessoas negras, com 71,6 homicídios por 100 mil habitantes. De acordo com Atlas da Violência 2020, produzido pelo IPEA e pelo Fórum Brasileiro de Segurança, que analisou inúmeros dados sobre violência na última década (2008-2018), o número de homicídios de pessoas negras corresponde a 75,5% de todas as vítimas de homicídio no Brasil, sendo que no Rio Grande do Norte, a chance de um negro morrer é de 4,3 vezes em comparação a uma pessoa não negra. Esses números são um dos maiores indicadores da desigualdade racial no Brasil, devendo servir, inclusive, para desfazer o mito da democracia racial.
POLICIA MENOS VIOLENTA
O levantamento mostra também uma leve queda no numero de pessoas mortas por policiais civis e militares no RN, de 160 pessoas no ano de 2019 para 145 pessoas no ano de 2020. E Embora as mortes estejam num patamar elevado em todo pais, com 5.660 mortes, houve uma redução de 3% no numero de mortes violentas, quando os números são comparados com o ano de 2019.
O Rio Grande do Norte, conseguiu reduzir o número geral de mortes violentas, do ano de 2018 para 2019, de 1792 mortes para 1.281, no entanto houve aumento dessas mortes no ano de 2020. Infelizmente o perfil das vitimas continuam a ser jovens negros de 18 a 24 anos, que estão mais vulneráveis as questões sociais agravadas pela pandemia de Covid-19.
Leia mais em: Comissão Interamericana de Direitos Humanos denuncia violência contra jovens negros no Brasil