Agências humanitárias da Organização das Nações Unidas (ONU) alertam para o perigo de fome generalizada. O Escritório de Alimentação e Agricultura da ONU (FAO) lançou na última quarta-feira (24), o Relatório Global sobre Crises Alimentares mostrando que 281,6 milhões de pessoas ou 21,5% da população analisada em 59 países, enfrentavam altos níveis de insegurança alimentar aguda em 2023.
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O relatório demonstra preocupação com a situação de territórios em guerra como Sudão e Gaza, o estudo relata que as pessoas estão “claramente morrendo de fome” nessas áreas além de destacar os riscos de “fome e morte generalizada”.
Os números de insegurança alimentar aguda em 2023 subiram em comparação ao ano de 2016. No ano passado, em 59 países, uma em cada cinco pessoas enfrentou insegurança alimentar aguda, e em 2016 era uma em cada 10 pessoas em 48 países.
Apesar do número de pessoas em insegurança alimentar em 2023 ter diminuído 1,2% em relação a 2022, o relatório explicita que a crise alimentar piorou desde a crise da Covid-19. No final de 2019 uma em cada seis pessoas em 55 países enfrentava insegurança alimentar.
O diretor do Programa Alimentar (PMA) da ONU, Gian Carlo Cirri, afirma que após sete meses de bombardeio israelense em Gaza, “as pessoas não conseguem satisfazer nem mesmo as necessidades alimentares mais básicas e esgotaram todas as estratégias de sobrevivência, como comer ração animal, mendigar e vender os seus pertences para comprar comida”.
Segundo o PMA, “30% das crianças com menos de dois anos estão agora gravemente desnutridas ou definhando e 70% da população no norte enfrenta uma fome catastrófica”.
No Sudão, 20,3 milhões de pessoas, ou 42% da população teve dificuldades para se alimentar em 2023, após o conflito que se iniciou em abril. De acordo com o relatório esse é o maior número de pessoas no mundo enfrentando níveis “emergenciais” de insegurança alimentar aguda ou IPC4.
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