Mike Ryan, principal especialista de emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS), rebateu as declarações do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre a variante Ômicron, nesta quarta-feira (12), em Genebra, na Suíça. “Nenhum vírus que mata pessoas é bem-vindo. Especialmente quando, em grande extensão, essa mortalidade e esse sofrimento é evitável com o uso apropriado de vacinas”, rebateu.
Durante uma entrevista, na manhã desta quarta, o presidente disse que a variante tem letalidade menor, então seria “bem-vinda”. “A Ômicron, que já se espalhou pelo mundo todo, como as próprias pessoas que entendem de verdade dizem, tem uma capacidade de difundir muito grande, mas é de letalidade muito pequena. Dizem até que seria um vírus vacinal segundo algumas pessoas estudiosas e sérias, e não vinculadas a farmacêuticas, a ômicron é bem-vinda e pode, sim, sinalizar o fim da pandemia”, disse.
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Segundo o especialista da OMS, há muitas pessoas ao redor do mundo em hospitais, em UTIs, respirando com dificuldade. “Embora a Ômicron seja menos grave como uma infecção viral em um indivíduo, isso não significa que seja uma doença leve”, afirmou.
Ryan afirmou ainda que a prevenção continua sendo a melhor forma de evitar a contaminação e as mortes pela doença. “É uma doença que pode se prevenir com vacina, é uma doença que, em grande extensão, pode ser prevenida adotando fortes cuidados pessoais para evitar a infecção e se vacinando”, conclui.
“Há muito que podemos fazer. Essa não é a hora de desistir, não é a hora de ceder, não é a hora de declarar que esse é um vírus bem-vindo”, finaliza o especialista da OMS.
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