O musical “Ismael Silva: Professor Samba’’, uma homenagem ao ilustre Ismael Silva (14/09/1905 −14/03/1978), ficará em cartaz a partir do dia 7, toda quarta às 20:30, na Sala Rosamaria Murtinho, no Rio de Janeiro. O sambista carioca é um dos fundadores da que é considerada a primeira escola de samba, a “Deixa Falar”, que anos depois se tornaria a aclamada Estácio de Sá.
E toda semana vai ter uma participação especialíssima de componentes de uma escola de samba carioca, que entrarão em cena ao final do espetáculo fazendo uma grande festa. A peça foi indicada os prêmios APTR, na categoria direção de movimento (Édio Nunes e Milton Filho) e Prêmio Shell, na categoria melhor ator (Edio Nunes).

A estreia, claro, será com a Estácio de Sá. Depois, participam a Império Serrano, a Viradouro e a Imperatriz Leopoldinense. Três atores se revezam no papel principal: Edio Nunes – que também assina a idealização e direção, Jorge Maya e Milton Filho. O texto é de Ana Veloso, que também assina a direção. E a direção musical é de Wladimir Pinheiro.
A trama se desenvolve com o personagem apresentando ao público uma roda de samba, ambientada na Lapa das décadas de 20 a 50, recheada de muitas histórias, música e a boa “malandragem”, característica da boemia carioca, contando suas aventuras e passeando por fatos importantes da cultura popular e do cenário histórico do Rio de Janeiro da época.
O trio de protagonistas dá vida a Ismael Silva com muita versatilidade, e ainda se desdobra em diversas figuras, contando a história do professor samba e transitando por fatos importantes da sociedade no contexto da época em que o gênero se renova, resiste, luta contra preconceitos e permanece vivo e forte, tanto tempo após sua saída da Casa da Tia Ciata (13/01/1854 – 10/04/1924), para conquistar o mundo.
Assim, o espetáculo mostra que o teatro musical brasileiro é mais um espaço para que os grandes nomes da nossa cultura e do samba possam ser reverenciados.
“A transformação do samba, os blocos de carnaval, a virada para a criação da escola de samba, o pulsar da bateria, a criação da estrutura não só musical, mas de organização daqueles blocos, cordões, a evolução do maxixe para o samba, são sedimentações feitas a partir do envolvimento de Ismael e seus contemporâneos, que transformaram o samba num estilo musical que transcende, que é estilo de vida, de cultura, e sociedade que desenha a figura da malandragem, da cabrocha, da cadência, do que se tornou símbolo não só do território fluminense, mas de um país, assim como o futebol, o Brasil é a terra do samba a partir dele e de outros artistas representados na peça’’, diz Edio Nunes, que completa:
“É a cultura do povo preto que foi abraçada, mas que este mesmo povo sempre foi colocado de lado. Vidas e histórias como a dele, merecem ser contadas, cantadas e reverenciadas”.
Leia também: Destaques NP: confira os destaques da literatura, além de exposições e espetáculos em cartaz