Após a seleção feminina de vôlei da Itália conquistar a medalha de ouro nas Olimpíadas de Paris, um mural foi inaugurado em Roma para homenagear Paola Egonu, que foi eleita a MVP do torneio. A obra retratava Egonu arremessando uma bola, com a mensagem “pare com o racismo, ódio, xenofobia e ignorância” escrita nela. Um dia após a inauguração, o mural foi vandalizado, com a frase apagada e a cor da pele de Egonu modificada.
O quadro foi lançado pela artista Laika, que havia explicado a importância da obra, nomeada “Italianità” (“Italianidade”, em tradução livre). O nome do mural faz referência a uma declaração controversa feita pelo deputado de direita da Liga, general Roberto Vannacci, em seu livro best-seller. Nele, Vannacci afirmou que as “características somáticas de Egonu não representam a italianidade”.
O levantador Simone Giannelli, capitão da seleção masculina da Itália, lamentou o ato de vandalismo nas redes sociais.
“As pessoas que fizeram isso não merecem ser chamadas assim. São sem coração, sem dignidade e sem humanidade. Paola, não se preocupe com eles, quem for responsável cuidará disso (espero que sim). Você é uma grande campeã olímpica”, disse Giannelli através de um estorie
Em 2018, Egonu ainda se tornou alvo de homofobia. Isso porque, depois de um jogo, beijou a polonesa Katarzyna Skorupa, sua namorada à época. Mais uma vez, lutou contra as ofensas e cobrou respeito. Antes disso, a jogadora que é filha de pais nigeriano, já havia enfrentando o preconceito.
Paola Egonu nasceu em Cittadella, na Itália, em dezembro de 1998. Ela começou sua carreira no vôlei em 2013, aos 15 anos, jogando pelo Club Italia. Após se destacar na liga nacional, Egonu foi convocada para representar a Itália nas Olimpíadas do Rio em 2016 e em Tóquio em 2020, tornando-se uma das principais jogadoras da seleção italiana.
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