O Fórum Brasileiro de Segurança Pública publicou, nesta terça-feira (31), o Atlas da Violência, onde mostra que, em 2019, 67% das mulheres assassinadas no Brasil eram negras (soma dos pretos e pardos da classificação do IBGE).
A taxa de homicídios de mulheres não negras que foi de 2,5, já a taxa para as mulheres negras foi de 4,1. Ou seja, o risco relativo de uma mulher negra ser vítima de homicídio é 1,7 vezes maior do que o de uma mulher não negra (para cada mulher não negra morta, morre 1,7 mulher negra).
O Atlas da Violência é elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Instituto Jones dos Santos Neves, ainda mostra que em 2009, a taxa de mortalidade de mulheres negras era 48,5% superior à de mulheres não negras. Porém, onze anos depois, a taxa de mortalidade de mulheres negras é 65,8% superior à de não negras.
Os estados que apresentaram maior risco relativo de vitimização letal de mulheres negras foram Rio Grande do Norte (5,2), Amapá (4,6) e Sergipe (4,4), em que os percentuais de mulheres negras vítimas de homicídios em relação ao total de assassinatos de mulheres foram de 88%, 89% e 94%, respectivamente.
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Entre 2009 e 2019, o total de mulheres negras vítimas de homicídios apresentou aumento de 2%, enquanto o número de mulheres não negras assassinadas caiu 26,9% no mesmo período, o que revela uma desigualdade ainda maior na intersecção entre raça e sexo na mortalidade feminina.
Desigualdade Racial
O estudo também divulgou dados em relação a violência contra pessoas negras. Segundo o Atlas, em 2019, os negros representaram 77% das vítimas de homicídios no país, com uma taxa de homicídios por 100 mil habitantes de 29,2. Comparativamente, entre os não negros a taxa foi de 11,2 para cada 100 mil, o que significa que a chance de uma pessoa negra ser assassinada é 2,6 vezes superior àquela de uma pessoa não negra.
Ao analisar os números absolutos, houve um aumento de 1,6% dos homicídios entre negros entre 2009 e 2019, passando de 33.929 vítimas para 34.446 no último ano. Já entre não negros, houve redução de 33% no número absoluto de vítimas.
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