Quando se faz o recorte racial, as mulheres negras são mais afetadas ainda
Em março, conhecido como o Mês da Mulher – período histórico dedicado à conscientização da sociedade sobre a luta feminina em prol de direitos fundamentais – também se celebra o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial (21).
Uma pesquisa realizada pela Avon Global sobre Equidade de Gênero em fevereiro deste ano – em oito países, incluindo o Brasil – revela, no entanto, que a sociedade está longe de ser menos desigual para população feminina, especialmente em relação a oportunidades no mercado de trabalho e no empreendedorismo para mulheres negras.
De acordo com o estudo, 46% das brasileiras acreditam que é mais desafiador para elas construírem uma carreira em comparação aos homens, enquanto 49% percebem mais obstáculos para começarem um negócio. Se forem negras, esses números sobem para 58% e 61%, respectivamente.
As mulheres pretas também consideram mais difícil, em relação à população masculina, conseguirem um emprego (54%), alcançarem uma posição de liderança em uma companhia (68%), serem promovidas (66%), obterem um aumento (71%), alcançarem a independência financeira (50%) e terem mais flexibilidade no trabalho (51%).
Além disso, acreditam que a desigualdade de gênero está mais presente, principalmente, na disparidade salarial entre homens e mulheres (64%) e em oportunidades de trabalho que permitem conciliar profissão, maternidade e responsabilidades domésticas (59%).
A percepção da população feminina negra condiz com a realidade do país. Segundo um levantamento divulgado, em 2022, pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), elas possuem um rendimento médio 46,3% menor que um homem branco.
Dados do relatório Diversidade, Representatividade e Percepção do Censo Multissetorial 2022 da Gestão Kairós, mostram também que apenas 8,9% do quadro funcional das empresas são formados por mulheres negras. Em cargos de gerência e direção, este número cai para 3%.
Para contribuir com a mudança dessa realidade, a Avon investe na ampliação da equidade étnico-racial dentro de fora da companhia. Além de ter estabelecido, por meio de seu Compromisso Antirracista, uma meta de 30% de mulheres negras em posição de liderança até 2030, a marca criou o Projeto DIVA, que possui uma série de iniciativas voltadas para a atração, retenção e desenvolvimento de profissionais negras.
O empreendedorismo também pode ser uma alternativa, especialmente diante de um cenário em que, segundo o levantamento realizado pela multinacional de cosméticos, 87% das entrevistadas negras gostariam de ter uma renda maior, seja através do atual trabalho ou de um negócio próprio, e 84% desejam mais flexibilidade no emprego. Entretanto, encontraram barreiras como falta de capital inicial (57%), medo de falhar (36%) e falta de conhecimento sobre o mercado (36%).
Neste contexto, a venda por relacionamento destaca-se como oportunidade democrática para aquelas que desejam se tornar empreendedoras de maneira acessível. De acordo com dados de 2021 da Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (ABEVD), 57,8% dos empreendedores do setor no Brasil são mulheres.
A Avon, que gera oportunidade de renda para 1,3 milhões de Representantes de Beleza no país por meio deste modelo de negócio, possui uma força de vendas formada, em 95%, por mulheres – sendo 61% autodeclaradas negras – e oferece uma série de facilidades para sua rede de empreendedoras, como ferramentas digitais para gerenciar negócios, treinamentos, programa de fidelidade exclusivo e benefícios em saúde e em educação.
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A pesquisa
Para o levantamento, intitulado The Global Progress for Women Report, foram entrevistadas mais de 7 mil mulheres de oito países – Reino Unido, Polônia, Romênia, Itália, África do Sul, Turquia, Filipinas e Brasil (este último contou com a parceria da Red Consultancy para aplicar o questionário).
No território brasileiro foram ouvidas 1.026 mulheres em todas as regiões do país e o resultado contempla critérios como estado, escolaridade, renda, faixa-etária, étnico-racial e condições de emprego. Localmente, o estudo teve curadoria e acompanhamento da Coordenação de Pesquisa e Impacto do Instituto Avon, braço social da marca no país.
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