Uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FVG), aponta que mulheres negras no Brasil representam 33% das entrevistadas que já recusaram ofertas de trabalho ou promoções, por conta de tarefas e responsabilidades de casa. A informação foi divulgada pelo Bom dia Brasil, da TV Globo, nesta segunda-feira (17), e aponta que entre as mulheres de baixa renda, a porcentagem é de 34%.
A mesma pesquisa revelou que, de maneira geral, 29,6% das mulheres brasileiras precisaram abrir mão do trabalho e de oportunidades melhores, sendo que entre os homens a porcentagem é de 14,8%.
A diferença também é retratada quando comparado tempo que cada um gasta com as terefas de casa. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mulheres ocupadas, ou seja, empregadas, dedicam em média 6,8 horas a mais que os homens ocupados, nos afazeres domésticos e/ou cuidado de pessoas.
Em entrevista exclusiva ao jornal, a Isabela Duarte Kelly, economista da FGV, explicou por qual motivo essas mulheres acabam sacrificando sua permanência ou ascensão no mercado de trabalho, por conta dessas responsabilidades.
“Elas não conseguem contratar uma pessoa que poderia ajudá-las na realização dessas tarefas, então acaba que elas ficam muito sobrecarregadas, dependendo de redes de apoio e de pessoas de onde moram para voltarem ao mercado de trabalho“, diz economista, que continuou falando sobre as possibilidades de mudança desse cenário:
“A medida que você cria um homem e uma mulher e você destina o homem a ser o provedor do lar e a mulher cuidadora, você acaba traçando caminhos destintos para eles dois. Então a própria socialização dentro de casa, para que as pessoas entendam que é trabalho das duas, é muito importante para que a gente consiga ir para um país mais igualitário em termos de gênero“, aponta
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