O desembargador Luis Cesar de Paula Espindola, do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), disse durante na última quarta-feira (03) que as “mulheres estão loucas atrás de homens”. A fala foi proferida durante sessão de audiência da Corte que julgava o caso de uma menina de 12 anos que denunciou que foi assediada por um professor.
“Se vossa excelência sair na rua hoje em dia, quem está assediando, quem está correndo atrás de homens, são as mulheres, porque não tem homem. Esse mercado está bem diferente“, disse ele. Nesta quinta-feira (04) o TJPR informou que abriu uma investigação preliminar e que o desembargador terá prazo de 5 dias para se manifestar.
O desembargador também afirmou: “Hoje em dia, essa é a realidade, as mulheres estão loucas atrás de homens, porque são muitos poucos. É só sair a noite, eu não saio muito à noite, mas eu tenho funcionárias, tenho contato com o mundo. A mulherada está louca atrás dos homens”.
Durante seu discurso, o desembargador chegou a dizer que atualmente “os cachorrinhos são os companheiros das mulheres” e que “ninguém está correndo atrás de mulher porque ‘está sobrando’, é só andar por aí”. Ao final de sua fala, o magistrado disse ainda que é preciso ter prova de que o princípio de proteção integral da criança foi violado, porque senão qualquer criança faz denúncia contra professor.
O desembargador Espindola já foi condenado, em 2023, pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) por agressões contra a irmã durante uma discussão. A punição, no entanto, foi extinta em virtude da prescrição, já que os atos foram cometidos em setembro de 2013 e a denúncia foi recebida em 2018.
O Paraná é o estado com o maior número de ocorrências registradas de assédio sexual no Brasil, segundo dados do Anuário de Segurança Pública do Paraná relativos a 2022. O levantamento mostrou que 1.013 mulheres fizeram boletins de ocorrência pelo crime naquele ano. O número de casos de importunação sexual também foi alto: foram 2.295 registros em 2022.
Leia também: Desembargador de Tribunal em Goiás chama vítima de assédio de “sonsa” durante julgamento