Marcha de mulheres no RN contesta danos de usinas solares e eólicas a comunidades

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Mais de cem mulheres camponesas se reuniram em Assu, Rio Grande do Norte, no dia 27 de setembro, para protestar contra os danos que grandes empreendimentos de energia renovável vêm causando às comunidades agrícolas da região. A marcha, organizada sob o lema “Do mar ao Sertão, as mulheres dizem não!”, contou com a participação de agricultoras de localidades assistidas pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) e pelo CF8.

A motivação do ato foi um grito coletivo por um basta a um modelo de desenvolvimento energético que, segundo as manifestantes, ameaça seus modos de vida. Hilberlândia Andrade, agente pastoral da CPT no estado, explicou em entrevista ao Portal da CPT que os projetos têm afetado até mesmo os quintais produtivos.

Mais de cem mulheres camponesas se reuniram em Assu para protestar contra os danos que grandes empreendimentos que afetam a natureza local -Foto: reprodução redes sociais.

“Os impactos são muitos: aumento da temperatura, desmatamento e prejuízo à produção de alimentos agroecológicos, entre vários outros”, listou. Ela ainda citou alertas de pesquisadores de que a perspectiva é o município de Assu ficar coberto por placas solares.

“Para nós, da CPT, a mobilização foi muito positiva, com um forte caráter de denúncia feito pelas mulheres que ocuparam a BR”, disse, acrescentando: “Precisamos e iremos realizar mais mobilizações que denunciem os impactos desses empreendimentos”.

Vanúbia de Oliveira, Coordenadora Regional da CPT Nordeste 2, também em entrevista ao Portal da CPT, ressaltou a força da mobilização feminina. Ela apontou o Acampamento Irmã Lindalva como um exemplo de local totalmente impactado pelas instalações solares.

“Isso significa que a área do entorno já recebeu veneno, foi devastada e ainda pode aquecer até 4ºC. Nesse local, existem assentamentos e produção de alimentos. Então, uma região que já é quente pode se tornar ainda mais quente”, detalhou a CPT.

Vanúbia afirmou que as mulheres estão na linha de frente para denunciar quando não há mais espaço de vida e moradia, e quando falta alimento para os filhos. “Acreditamos numa real e justa transição energética, sem ocupar e devastar os territórios camponeses”, concluiu.

O protesto destacou o conflito entre a expansão de energias consideradas limpas e a preservação dos territórios tradicionais e da agricultura familiar, sinalizando que a resistência das comunidades deve continuar.

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Thayan Mina

Thayan Mina

Thayan Mina, graduando em jornalismo pela UERJ, é músico e sambista.

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