As mulheres com 50 anos ou mais vem ressignificando suas vidas com uma etapa marcada por novas oportunidades e possibilidades de desenvolvimento profissional. Essa mudança de olhar é reforçada pelo último levantamento da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), que aponta mais de 10 milhões de trabalhadores nessa faixa etária em atividade, distribuídos em uma ampla diversidade de ocupações.
Impulsionadas por esse cenário de crescimento, as mulheres apresentam indicadores positivos de longevidade. Segundo dados atualizados do IBGE, a expectativa de vida ao nascer para elas subiu de 75 para 79 anos, com projeção de alcançar 86 anos até 2070. Para essa evolução, os especialistas apontam que os hábitos preventivos, níveis de estresse e acesso a cuidados de saúde, possuem um papel crucial, evidenciando que estão vivendo mais e com maior qualidade, representando uma ampliação de horizontes e não o encerramento de um ciclo.

Esse período de vida prolongado e com mais qualidade tem permitido que as mulheres assumam novos papéis e explorem com mais intensidade possibilidades antes menos acessíveis. Atuando nesse avanço, as profissionais que vivem esse momento têm buscado ampliar a sua presença e relevância no mercado de trabalho atual.
Prova disso, uma pesquisa inédita realizada pela Maturi em parceria com a EY Brasil revela que 89% dos trabalhadores entrevistados com 50 anos ou mais realizaram algum curso nos últimos anos, buscando aprimoramento educacional, enquanto 80% afirmam sentir-se preparados para enfrentar os desafios das áreas de atuação.
Essa realidade evidencia um momento de otimismo, repleto de caminhos e perspectivas tanto na vida pessoal quanto no campo profissional, para mulheres que buscam expandir sua atuação e fortalecer sua relevância.
Inserida nesse contexto, a Diretora de Publicidade da Prefeitura Municipal de Salvador (PMS), Lília Lopes, ressalta que a percepção sobre a mulher de 50 anos mudou significativamente ao longo das últimas décadas: antes associada à desaceleração ou à aposentadoria, hoje é reconhecida como uma fase marcada por novas possibilidades e protagonismo.
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“A nova mulher de 50 anos está redefinindo a sua presença na sociedade, atuando em diferentes setores profissionais, culturais e sociais. Elas não apenas mantêm relevância no trabalho, mas também se posicionam como protagonistas de suas trajetórias, mostrando que essa etapa da vida é marcada pela expansão de oportunidades e não por limitações”, comenta.
A especialista, com mais de 25 anos de experiência em diversas áreas da comunicação, destaca que os avanços na medicina, na ciência e nos cuidados preventivos transformaram a experiência da mulher madura. De acordo com a publicitária, o estilo de vida contemporâneo permite que essa fase seja vivida com mais vitalidade, bem-estar e equilíbrio, refletindo diretamente na autoestima e na capacidade de assumir posições de liderança.
“Nós estamos mais engajadas, cuidamos melhor da nossa saúde e permanecemos ativas em nossas carreiras e projetos pessoais, aproveitando essa fase para nos reinventarmos e explorarmos novas oportunidades sem abrir mão do bem-estar físico e emocional”, aponta.
Nesse contexto de maior vitalidade e presença, o universo profissional tem reconhecido o valor da experiência e da maturidade feminina. Apesar dos desafios ainda enfrentados, a diretora, de 51 anos, pontua que essas mulheres têm ampliado a sua presença em áreas estratégicas, liderando projetos, empreendendo e atuando ativamente em setores historicamente dominados por profissionais mais jovens.
“Investir em educação continuada e desenvolvimento profissional é um compromisso que se torna mais presente no dia a dia dessas trabalhadoras, que se destacam por sua capacidade de gestão, visão estratégica e habilidades interpessoais. Essa realidade mostra que idade não é barreira; pelo contrário, a experiência e o conhecimento acumulados se tornaram diferenciais importantes para ocuparem espaços de destaque e influência”, conclui.