MPF analisa denúncia contra ex-BBB Matteus Amaral por se autodeclarar negro para ingressar em curso superior

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O Ministério Público Federal (MPF) informou que está analisando, em caráter preliminar, a denúncia feita contra o ex-participante do “Big Brother Brasil 24”, Matteus Amaral, por se autodeclarar negro e utilizar cotas raciais para entrar em uma faculdade. O gaúcho ingressou no Instituto Federal Farroupilha (IFFar), em Alegrete, Rio Grande do Sul, em 2014.

Ao Notícia Preta, o MPF na procuradoria do Rio Grande do Sul informou que ao finalizar a etapa de análise, o órgão poderá instaurar um inquérito, arquivar o caso ou tomar outras medidas cabíveis. A denúncia foi feita pelo ativista Antonio Isuperio, que pede a apuração de falsidade ideológica na autodeclaração étnico-racial de Matteus.

Matteus Amaral no BBB 24 /Foto: Reprodução Globo

Em nota, a IFFar informou que no processo que terminou no ingresso de Matteus no curso de bacharelado em Engenharia Agrícola, oferecido pela instituição, “o único documento exigido para a inscrição de candidatos em vagas reservadas a pessoas negras (pretas, pardas) e indígenas era a autodeclaração“, como no caso de outras instituições.

Mas que constava nos editais que se constatada fraude na realização do processo, o candidato está sujeito a perder a vaga e ser penalizado conforme consta a lei. O instituo informou ainda que casos de fraude eram analisados a partir de denúncias, o que não aconteceu no caso de Matteus. “Nenhuma denúncia sobre o ingresso de Matteus Amaral Vargas foi recebida pelo IFFar“.

Por fim, o Instituto informou que foi instaurado em 2022 uma comissão de heteroidentificação para evitar fraudes, e que no caso do ex-bbb, foi aberto um processo administrativo interno para analisar o caso.

Matteus já se posicionou duas vezes sobre o ocorrido. Na última sexta-feira (14), usou seu perfil no Instagram para declarar que o erro foi “cometido por terceiros” e afirmou que jamais autorizou sua inscrição no vestibular por meio de uma mentira. Ele, no entanto, não revelou quem foi o responsável pela fraude.

Segundo Matteus, ele entende a “importância fundamental das políticas de cotas no Brasil” e lamenta “profundamente qualquer impressão de que eu teria buscado beneficiar-me indevidamente dessa política“. O Notícia Preta não conseguiu entrar em contato com a defesa de Matteus até a finalização da matéria.

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