O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, intimou o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, para que interrompa imediatamente as operações que fiscalizam o transporte em rodovias federais, impedindo eleitores de comparecerem às urnas. Moraes determinou que, se a ordem não for cumprida, Varques deverá pagar multa de R$ 100 mil, além de ser afastado da função. Ao todo, 560 operações acontecem no país, principalmente no Norte e Nordeste.
Após diversas denúncias de que a PRF estaria dificultado o transporte de eleitores, principalmente da região norte/nordeste, o TSE foi acionado pela coligação do candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Há denúncias também de uma operação do Exército brasileiro na Ponte Rio-Niterói (RJ), dobrando o tempo de travessia.
No sábado (29), a ameaça de que a PRF dificultaria o acesso dos eleitores já era evidente, por isso o TSE já havia determinado que a polícia rodoviária não fizesse operações no transporte público. Também no sábado, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu explicações para a PRF sobre essas operações. Diante dos relatos de impedimento, Moraes determinou que Vasques desse esclarecimentos imediatos.
“Oficie-se, com urgência, o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal para informar imediatamente sobre as razões pelas quais realizadas operações policiais […] relacionadas ao transporte público de eleitores”, escreveu Moraes.
Em coletiva de imprensa na tarde deste domingo, Alexandre de Moraes afirmou que as operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) apenas atrasaram a chegada dos eleitores, e não os impediram de chegar nos locais da votação, e por isso descartou a ampliação do horário de votação. O presidente também proibiu qualquer operação relacionada a transporte dos eleitores feita pela PRF.
— Não houve retorno a origem dos eleitores, os eleitores seguiram até sua seção eleitoral e votaram — afirmou.
O diretor geral da PRF, Silvinei Vasques chegou a pedir votos em suas redes sociais para o atual presidente, Jair Bolsonaro, no entanto apagou as publicações.
Relatos de fiscalizações e bloqueios da PF no Brasil até o momento:
Cuité (PB): prefeito denuncia blitz da PRF
Jacobina (BA): relato de blitz
Benevides (PA): PRF para ônibus com eleitores
Garanhuns (PE): bloqueio em Garanhuns