Ministro do Trabalho defende revisão da escala 6×1 “a perversidade ainda marca as relações de trabalho no Brasil”

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Luiz Marinho também afirmou que escala atual de trabalho é incompátivel para vida moderna, ainda mais para as mulheres brasileiras.

Ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, afirmou na última segunda-feira (10) que existe uma necessidade do país em avançar na revisão da escala 6×1 e na construção de um modelo de jornada de trabalho que garanta mais equílibrio e saúde para os brasileiros. O discurso do ministro foi feito durante participação no seminário “Alternativas para o Fim da Escala 6×1”, realizado pela Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados.

“É preciso enfrentar a perversidade que ainda marca as relações de trabalho no Brasil. Quando a gente olha para os números, vê que a desigualdade não é um acidente, mas resultado de escolhas históricas que penalizam os trabalhadores, especialmente os mais pobres. Essa perversidade aparece na informalidade, na precarização e na falta de proteção. O papel do Estado é justamente corrigir isso, garantindo direitos, fortalecendo a fiscalização e apoiando quem mais precisa”, discursou o ministro.

Ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, afirmou que existe uma necessidade do país em avançar na revisão da escala 6×1
Foto: Allexandre Silva/MTE

O evento reuniu sindicatos, trabalhadores, representantes de empregadores e parlamentares para avaliar os impactos da atual escala na saúde, qualidade de vida e nas relações sociais dos trabalhadores brasileiros. Também foi discutido a PEC 8/25, que tem como proposta a jornada de trabalho de quatro dias com três dias de descanso, estabelecedo limite de 36 hora semanais de trabalho, essa proposta ainda será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça.

Atualmente, a PEC que pede o fim da escala 6×1 foi encaminhada para a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), que está analisando a proposta para saber se é constitucional, legal e regimentalmente admissível, ou seja, se respeita a Constituição Federal e as normas internas da Câmara.

O ministro do Trabalho disse que o tema “estava totalmente obstruído na Casa.” e que necessários mudanças legais para permitir avanços “Se não tiver imposição legal, vamos atravessar mais um século com trabalhadores presos à mesma regra”.

Resistência de alguns setores empresariais e alas do Congresso

O tema gera uma grande debate no Brasil, alguns setores empresarias e alas do Congresso são contra a redução nas horas trabalhadas e afirmam que o país sofreria consequências econômicas com a redução. Segundo o ministro a reduçaõ constitucional de 48 para 44 horas semanais em 1988 enfrentou resistência semelhantes e “O mundo não acabou. As empresas se adaptaram, e muitas categorias já negociam 40 horas semanais”, avaliou Marinho.

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Jornada de trabalho que não é compatível com a vida moderna

Em seu discurso, o ministro também afirmou que o modelo de trabalho atual é incompatível com a vida moderna. “Todos admitem que é uma jornada perversa, especialmente para as mulheres” diz Marinho se referindo a dupla ou tripla jornada enfrentada por mulheres ao desenvolverem atividades não remuneradas, como: cuidar dos afazeres domésticos e de filhos ou parentes.

Layla Silva

Layla Silva

Layla Silva é jornalista e mineira que vive no Rio de Janeiro. Experiência como podcaster, produtora de conteúdo e redação. Acredita no papel fundamental da mídia na desconstrução de estereótipos estruturais.

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