Após fortes chuvas, vários bairros cariocas e cidades do Estado do Rio de Janeiro registraram alagamentos no último sábado (13). A ministra da Igualdade Racial Anielle Franco, publicou um vídeo em suas redes sociais debatendo e demonstrando o funcionamento do racismo ambiental.
O vídeo mostra imagens dos bairros que ficaram com marcas de alagamentos, as ruas com lama, marca de água na parede e nos muros das casas, carros e móveis no meio das ruas que ficaram submersos na água que invadiu os imóveis. Até o momento, o número de mortos por conta do temporal, é de 12 pessoas.
Anielle Franco refletiu sobre o perifl das pessoas que moram nas localidades mais atingidas. “Quando a gente olha os bairros e municípios que foram mais atingidos como Acari, São João de Meriti, Anchieta, Albuquerque, Nova Iguaçu. A gente vê algo que eles todos tem em comum, que são áreas mais vulneráveis. Qual é a cor da maioria das pessoas que vivem nesses lugares?”, questionou a ministra.
De acordo com o Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 69% da população da Baixada Fluminense se declara preta ou parda, possuindo a maior parte da população negra do Estado. São 2,4 milhões de pessoas negras, em 13 cidades.
Anielle questiona porque não há árvores e sistema de escoamento de chuva nessas regiões, e por qual motivo o saneamento é precário, que faz com que as moradias não sejam dignas nesses locais.
“Quando a gente para pra pensar sobre isso, a gente sabe que não é coincidência, quando dizem que favelas e periferias são 15 vezes mais atingidas que outros bairros, não é natural que outros municípios ,bairros, periferias e favelas, sofram com consequências mais graves das chuvas do que outros”, afirmou. Segundo ela, isso acontece porque uma parte da cidade e do estado não tem a mesma condição de moradia , de saneamento, de estrutura urbana, do que a outra.
Na legenda do vídeo, publicado em sua conta pessoal do Instagram a ministra disse que o vídeo se tratava das “chuvas no Rio de Janeiro, racismo ambiental e como ele se manifesta nas grandes cidades”, e segundo ela, o Governo Federal e os poderes locais estão agindo em conjunto pra redução de danos.
O governador do Rio Cláudio Castro (PL), que estava de férias quando o temporal chegou no Estado, e voltou recentemente ao posto. Segundo ele, a população antigida deve receber um auxílio, por conta das perdas. “A partir de semana que vem os cartões deverão ser distribuidos para que as pessoas possam comprar o que perderam“, comunicou o governador.
É estimado que o número de desalojados e desabrigados chegue a 600 em todos os municípios atingidos, sendo que só em Nova Iguaçu, seriam 300 pessoas.
Fotos de Capa: Selma Souza – Voz das Comunidades / Anielle Franco/Divulgação
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