Michelle Bolsonaro volta a atacar religiões de matriz africana

Michelle Bolsonaro voltou a atacar, nesta terça-feira (9), as religiões de matriz africana como a Umbanda e o Candomblé. Michelle compartilhou em suas redes sociais um vídeo de 2021 em que uma religiosa dá um banho de pipoca em Lula, e escreveu: “Isso pode, né! Eu falar de Deus, não”. Imediatamente, apoiadores do presidente Bolsonaro endossaram a publicação feita nas redes sociais da primeira-dama. 

Michele Bolsonaro ataca religiões de matriz africana. Foto: reprodução

O vídeo original foi publicado pela vereadora Sonaira Fernandes. Segundo ela, “Lula já entregou sua alma para vencer essa eleição, Não lutamos contra a carne nem o sangue, mas contra os principados e potestades das trevas. O cristão tem que ter a coragem de falar de política hoje, para não ser proibido de falar de Jesus amanhã”.

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O pastor e deputado Marco Feliciano (Republicanos-SP) também postou o vídeo afirmando que quem vota em Luís Inácio tem pacto com o ‘’maligno’’, se referindo às religiões de matriz africanas. 

Em outra ocasião, Michele Bolsonaro chegou a afirmar que nos governos anteriores, o Congresso foi por muito tempo, consagrado a ‘’ demônios’’. “Por muitos anos, por muito tempo, aquele lugar foi um lugar consagrado a demônios. Cozinha consagrada a demônios, Planalto consagrado a demônios. E hoje é consagrado ao senhor Jesus”, disse em um culto evangélico.

O Ogã de Ogum, doutor em Antropologia Social (UFRJ) e ativista Orlando Calheiros declarou em seu Twitter: “Muitos não entendem a gravidade da declaração da Michelle Bolsonaro, gente que não faz ideia do que é viver na mira de uma estrutura de poder montada para te destruir: pois é exatamente isso que essa teocracia difusa que nos domina representa para o povo de terreiro”.

De acordo com dados da Secretaria da Justiça e Cidadania, só neste ano, mais de 545 denúncias de intolerância religiosa já foram registradas, até abril, um aumento de 17% em relação ao ano passado. As principais cidades apontadas nesse levantamento são: São Paulo, com 111 denúncias, seguido do Rio de Janeiro, com 97, Minas Gerais (51), Bahia (39), Rio Grande do Sul (26), Ceará (11) e Pernambuco (13). 

A denúncia contra o racismo religioso é gratuita e pode ser feita pelo canal de atendimento discando 100, com funcionamento de 24h por dia, incluindo domingos e feriados em todo brasil.

Mayara Virginia

Mayara Virginia

Brasiliense, 23 anos, nascida e criada na capital, sempre fui muito estudiosa e ensinada a ir atrás do que queria. Estudante de escola pública, ingressei na faculdade em 2017, e a vida de estudar e trabalhar nunca foi fácil. Durante a faculdade, cursava idiomas, o que me ajudou muito na graduação. Cursei Secretariado Executivo Bilíngue e me formo esse ano pelo Instituto Federal de Brasília. O universo da arte sempre me encantou, sempre me encontrei em qualquer projeto de incentivo cultural, racial, de gênero e LGBTQIAP+. Sendo uma mulher negra bixessual, eu defendia as minhas lutas em todas as instâncias. Hoje, trabalho, tenho minha produtora denominada Aiuká, em iorubá, onde prestamos assessoria artística e executiva, voltada para artistas negres perifereques, pois sabemos como o apoio de quem tem poder, por vezes, não chega ou é falha. Sabemos o preço de um sonho para quem vem da periferia e o quão fácil é abandoná-lo, quando não se tem recurso. Então, esta é a minha forma de devolver conhecimento de voltar para a quebrada.

1 Reply to “Michelle Bolsonaro volta a atacar religiões de matriz africana”

  1. Vanessa disse:

    … nunca terão a dimensão de tantas orações de proteção pedimos á Bolsonaro. E independente de qualquer falta de conhecimento da parte deles, jamais deixarem de fazê-lo.

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