“A falta de representatividade sempre foi um problema”, afirma Maria Gal sobre retorno à TV

2022_04_27_GAL_29217-copy-Credito-Thiago-Bruno.jpg

Atriz, empresária, escritora, apresentadora, criadora e produtora de conteúdo, Maria Gal sempre trilhou o seu caminho buscando dar mais espaço à representatividade da população negra no audiovisual brasileiro.

Foi assim quando começou a estudar teatro em Salvador, sua terra natal, e segue até os dias de hoje, com seu retorno à TV Globo na nova novela das 18h, chamada “Amor Perfeito”. Maria Gal nasceu em Salvador e teve uma infância lúdica.

Maria Gal criou sua própria produtora depois de casos de racismo – Foto: Thiago Bruno

Maria Gal nasceu em Salvador e teve uma infância lúdica. Ela aprendeu a driblar os problemas de casa – sobretudo o relacionamento dos seus pais – bem cedo, com arabesques e piruetas das aulas de balé que frequentava desde os 4 anos de idade. No mesmo lugar, ela começou a ter aulas de teatro e se apaixonou totalmente pela arte.

Depois de se formar em Design Gráfico aos 21 anos, Maria entrou para o Teatro Vila Velha e mergulhou de vez. Fez alguns espetáculos acompanhando o Bando de Teatro Olodum e decidiu ir para São Paulo estudar ainda mais.

O plano era ficar 3 meses, mas ela entrou para o curso de Artes Cênicas da USP e ficou mais de 10 anos na capital paulista, apresentando peças pelo Brasil e até no exterior – na Alemanha e na Espanha. No teatro, Maria atuou com grandes nomes, como Felipe Hirsh, Frank Castorff, Zé Celso e outros, e foi co-fundadora da companhia teatral “Os Crespos”, grupo formado apenas por atores negros. 

Reconhecida internacionalmente com o prêmio de Melhor Atriz no Madrid International Festival, pela sua atuação no filme “A Carga”, Maria Gal assinou contrato com o SBT em 2017 e se destacou com sua personagem Gleyce nas novelas “As Aventuras de Poliana” e “Poliana Moça”. Em 2022, ela também estreou na plataforma de streaming Paramount com o seriado “As  Seguidoras”, 

Em 2011, Maria Gal fundou sua própria produtora, atualmente chamada “Move Maria”, que tem como propósito criar e produzir conteúdos para cinema, TV e redes sociais relacionados a questões  de gênero e raça. Grandes empresas são suas parceiras nesses projetos, como Itaú, Gerdau, Globo Filmes, Ambev, entre outras. Como ela diz: 

“Sempre observei a falta de representatividade como um problema. E em 2017, na audição final para um teste de elenco da produção de um filme, fui vítima de racismo. Foi então que compreendi que, se eu quisesse mais espaço, eu teria que criar minhas próprias oportunidades. Para mim e para os meus. A representatividade na empresa é na frente e atrás das câmeras, nas produções. Assim, nasceu a ‘Move Maria’”.

Leia também: Novo livro de Sérgio Vaz ganha exposição no Metrô de São Paulo

Após o assassinato do afro-americano George Floyd nos EUA em 2020, Maria criou e produziu o talk show “Preto no Branco”, em que também atuou como apresentadora e showrunner, e que foi televisionado na BandNews TV e na Arte 1 em 2023.

A atração tem como objetivo trazer informação e letramento sobre temas relacionados a questões de diversidade e inclusão racial e chegou a atingir mais de 10 milhões de pessoas, batendo mais de 1 ponto de audiência. Atualmente, o projeto busca novos patrocinadores para a gravação da segunda temporada para as redes sociais.

Literatura

A trajetória de Maria Gal está presente no livro “Uma Sobe e Puxa a Outra”. Ela é uma das autoras desse projeto, que reúne histórias de mulheres de diferentes áreas e como elas resistiram aos obstáculos e preconceitos no caminho. Como ela conta.

“Este é um Livro que fala muito sobre igualdade de gênero e também sobre como cada uma destas mulheres enfrentou esta questão em distintas atividades. Esperamos que o caminho para as futuras mulheres seja mais fácil, que simplesmente se preocupem em fazer bem suas atividades e sejam reconhecidas igualmente por isso”.

0 Replies to ““A falta de representatividade sempre foi um problema”, afirma Maria Gal sobre retorno à TV”

Deixe uma resposta

scroll to top