A disseminação do vírus Marburg na Guiné Equatorial, região central do continente africano, foi confirmada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Cerca de 16 infecções e nove mortes causadas pela doença foram confirmadas, de acordo com os registros da província de Kie Ntem.
Autoridades reforçam alerta para a propagação do vírus, mas especialista nega que o caso possa virar uma nova pandemia. O Marburg é da mesma família do vírus da Ebola, que também é altamente letal. Atualmente, a OMS aponta a Guiné Equatorial como o epicentro da propagação do vírus, mas ele também já foi identificado em países como Angola, Quênia, República Democrática do Congo, Guiné-Conacri, Gana, África do Sul e Uganda.
Em entrevista à TV Cultura, o sanitarista Gonzalo Vecina afirmou o nível de gravidade da disseminação do vírus, mas apresentou aspectos positivos no tratamento da doença. Ele conta que o fato de o vírus possuir familiaridade com uma doença para a qual já possui vacina (Ebola) indica chances de a vacina ser eficaz no combate ao Marburg.
A vacina utilizada para conter a letalidade da Ebola “é uma vacina que usa uma tecnologia semelhante a da AstraZeneca para a Covid-19, que a gente chama de cavalo de tróia, um vírus grande que leva para dentro do organismo uma parte do vírus que você quer que o corpo produza anticorpos”.
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O processo de transmissão do vírus ocorre de forma lenta, no entanto, não é preciso uma grande parcela do vírus para que ele seja propagado. O fator deve ser olhado com atenção, pois isso o faz ser considerado altamente letal.
O agente transmissor do vírus também é o morcego, mas ao contrário da Covid-19, a infecção do Marburg não ocorre através das vias aéreas. O especialista conta que seres humanos e animais como macacos, chimpanzés e gorilas podem contrair o vírus por meio de secreções de pessoas mortas ou daquelas já infectadas.
De acordo com o médico sanitarista Gonzalo Vecina, as chances de o Marburg tomar uma proporção tão grande quanto o coronavírus são muito pouco prováveis. Ele explica que as regiões onde ocorre o surto do vírus, como é o caso da Guiné, são potências que fazem pouca relação com os demais países do mundo.
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“No caso de um país tão grande como a China, com relações comerciais com o mundo inteiro, ela é uma forte candidata para disseminar qualquer doença que apareça” afirmou o médico sanitarista Gonzalo Vecina à TV Cultura.