Mais de 1/3 dos brasileiros vivem com um salário mínimo, 66,3% deles são negros

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Maiores rendimentos estão entre homens, pessoas brancas e amarelas e moradores do Centro-Sul.

Mais de um terço (35,3%) dos trabalhadores brasileiros recebem até um salário mínimo, é o que mostra dados divulgados nesta quinta-feira (09) pelo Censo Demográfico 2022, do IBGE. Segundo a pesquisa cerca de 31,3 milhões de pessoas recebiam R$1.212 reais, valor do salário mínimo na época. Somente uma pequena parte da população, cerca de 7,6% dos trabalhadores, tinham um rendimento superior a cinco salários mínimos (R$6.060).

Os dados revelam diferenças quando realizado os recortes de gênero, cor, raça ou região do país. Os números de 2022 reforçam que os maiores rendimentos se concentram entre homens, pessoas brancas, amarelas e moradores da região Centro-Sul. No grupo de recebe até um salário mínimo a maioria são pessoas negras, sendo 52,4% pardas e 13,9% são pretas, enquanto 32,8% são pessoas brancas.

Se comparar o rendimento médio nacional (R$2.851) em 2022 entre os grupos raciais, a diferença é ainda maior, trabalhadores pardos recebiam em média R$2.186, pretos (R$2.06) e indígenas (R$1.683), todos abaixo da média nacional estabelecida, já pessoas amarelas (R$ 5.942)e brancas (R$ 3.659) têm rendimentos acima da média nacional.

No grupo de recebe até um salário mínimo a maioria são pessoas negras Foto: Pexels

Desigualdade de gênero: Mulheres com menor rendimento comparado aos homens

Os estudos do Censo demográfico de 2022 também revelou uma desigualdade de gênero no salário, mesmo apresentando níveis escolares superiores ao dos homens, as mulheres continuam com menor rendimento. Os homens tiveram rendimento médio mensal de R$ 3.115, valor 24,3% superior ao das mulheres, que receberam R$ 2.506. Em qualquer nível de escolaridade os rendimentos do gênero masculino é superior.

Desigualdades regionais

O levantamento feito pelo Censo também identificou que 18 estados brasileiros apresentam rendimento nominal médio mensal abaixo da média nacional de R$2.851, o que demostra as desigualdades regionais na remuneração do trabalho pelo país.

As menores médias foram registradas no Maranhão (R$ 1.855), Piauí (R$ 1.905) e Bahia (R$ 1.944), que ficam localizados na Região Nordeste. Os rendimentos mais altos foram registrados no Distrito Federal (R$ 4.715), São Paulo (R$ 3.460) e Santa Catarina (R$ 3.391).

Leia também: Renda de trabalho principal de pessoas negras equivale a 58,3% do total da renda de pessoas brancas, revela estudo

Índice de Gini 

O Brasil registrou um índice de Gini de 0,542 em 2022, segundo os dados preliminares apresentados. O indicador é usado internacionalmente para medir a desigualdade na distribuição de renda, quanto mais próximo de 0, maior a igualdade. Quanto mais perto de 1 maior concentração de renda em poucas mãos. Com registro de 0,542 Brasil aponta para desigualdades na distribuição de renda.

Layla Silva

Layla Silva

Layla Silva é jornalista e mineira que vive no Rio de Janeiro. Experiência como podcaster, produtora de conteúdo e redação. Acredita no papel fundamental da mídia na desconstrução de estereótipos estruturais.

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