Após o relançamento do programa Mais Médicos pelo Governo Federal, os profissionais cubanos que continuaram morando no Brasil buscam a chance de voltar a trabalhar no Sistema Único de Saúde (SUS). Apesar do programa não ter sido encerrado oficialmente, os médicos estrangeiros não conseguiram continuar a atuação no Brasil sem a aprovação no Exame Nacional De Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituição de Educação Superior Estrangeira (Revalida).
A falta do programa afetou diversos profissionais formados no exterior, já que os mesmos não podem exercer a profissão no Brasil sem a validação de seu diploma, o que se torna complicado pelo fato de que a prova exigida para validação é constituída de perguntas específicas e as formações são habilitadas para competências de clínicos geral.
Alguns médicos cubanos como Mariela Ambruster Almenares, atualmente residente na Bahia, Juan Delgado, residente no Maranhão, e Danae Moreira, residente no Piauí, são exemplos de estrangeiros que não foram aprovados no Revalida, mas optaram por ficar no Brasil mesmo sem conseguir exercer a profissão.
O médico cubano Juan Delgado, carrega consigo a lembrança dos xingamentos recebidos em 2013, quando desembarcou em Fortaleza para integrar a primeira versão do programa. “Não é fácil ser recebido com palavras como escravo e incompetente”, lamenta.
O programa foi relançado na última segunda-feira (20) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pela Ministra da Saúde, Nísia Trindade. Informações importantes como número de contratações previstas, perfil dos profissionais a serem contratados, o modelo de remuneração dos profissionais, o orçamento do novo programa, a definição das áreas prioritárias para o envio dos profissionais, ainda não foram divulgadas.
A volta do programa federal traz consigo a esperança para eles e a expectativa de preenchimento de vagas no Sistema Único de Saúde (SUS), podendo dobrar a quantidade de médicos da rede, de 13 mil para 28 mil, o número de profissionais em atendimento nas áreas mais vulneráveis, já que o intuito do programa é esse, manter os profissionais em regiões de difícil acesso.
Segundo dados do Ministério de Saúde, 41% dos participantes desistem do programa em busca de capacitação e qualificação.
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