Maioria das notícias relacionadas a povos de terreiro são sobre invasões e depredações, diz estudo

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Um estudo do grupo de pesquisa Ginga, da Universidade Federal Fluminense (UFF), lançado nesta terça-feira (21), aponta que invasões e depredações de locais sagrados representam 24,8% das notícias sobre povos de terreiro no Brasil, ao longo de 27 anos. O relatório ‘Violações contra os povos de terreiro e suas formas de luta”, mapeou 1.242 publicações de mídias digitais feitas de 1996 e 2023.

Delas, 505 foram eventos relacionados a conflitos de natureza étnico-racial-religiosa contra religiosos, terreiros, monumentos ou locais de prática religiosa e contra religiões de matriz africana de forma generalizada, como discursos de ódio e ofensa.

O estudo foi lançado no dia em que se comemora o Combate à Intolerância Religiosa /Foto: Notícia Preta

Depois desse tema, aparece ofensas e agressões verbais (14,5%) como uma das violações mais frequentes, seguida por impedimento de culto (8,9%) e morte violenta (7,9%).

A divulgação do estudo foi feita no Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, data instituída em 2007 a partir da Lei no 11.635. A maior parte dos veículos analisados são de sites e portais de notícias (65%), seguid por jornais online (23,8%), e Blogs (4,7%).

A equipe do estudo é formada por estudantes e professores da graduação e da pós-graduação em Antropologia da UFF, coordenados pela professora Ana Paula Mendes de Miranda, que informou em entrevista à Agência Brasil as motivações para a escolha dos termos usados na pesquisa.

Chamamos inclusive de violações porque, quando falamos de violência, ela está muito associada a alguma agressão física, à destruição, e temos uma ordem maior de violações”, explica a professora.

Leia o relatório completo.

Leia também: “Alianças eleitorais ampliam intolerância religiosa”, analisa pós doutor e babalawô, Ivanir dos Santos

Bárbara Souza

Bárbara Souza

Formada em Jornalismo em 2021, atualmente trabalha como Editora no jornal Notícia Preta, onde começou como colaboradora voluntária em 2022. Carioca da gema, criada no interior do Rio, acredita em uma comunicação acessível e antirracista.

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