Com direção de Luiz Antonio Pilar, o espetáculo “Mãe Baiana”, estrelado por Léa Garcia e Luana Xavier, traz uma sessão virtual especial no Cine Odeon, na Cinelândia, nesta segunda-feira (21), às 21h. No dia 26, a apresentação será na Arena Carioca Fernando Torres, em Madureira. E a temporada termina no dia 9 de dezembro, na Areninha Carioca Hermeto Pascoal, às 20h. A entrada será gratuita em todos os espaços.
O texto – que integra a trilogia “Matriarcas” ao lado de “Mãe de santo” e “Mãe preta” – parte do luto, da perda de um filho, fato que Helena Theodoro viveu, quando seu filho de quatro anos morreu afogado. Apesar desse ponto de partida, as autoras preocuparam-se em não pesar o espetáculo, até porque a personagem da avó – assim como Helena – sofre, mas entende a morte.
No início, a neta não compreende, mas vai passando a entender ao longo da peça. O luto na família é o renascimento da relação entre elas. “Esse espetáculo é sobre relações – sobre relação de avó e neta, relação com a morte, com a cozinha, com a religião. A gente vai se transformando nos nossos, a gente vai se vendo… Escrever com a Renata foi um doce exercício de memórias, em que fomos lembrando histórias das nossas famílias”, conta Thaís Pontes, que recorda as conversas com a avó durante as madrugadas na cozinha de casa.
Todo o pensamento da filósofa e primeira doutora preta do Brasil Helena Theodoro passa por suas experiências pessoais e afirma o princípio feminino preto com todas as suas possibilidades de existir, conservar, transformar e melhorar o mundo. Pela importância de Helena e pela oportunidade de contracenarem juntas, Léa Garcia e Luana Xavier não titubearam em aceitar o convite para viverem avó e neta. Até porque, na vida real, elas são próximas. A avó de Luana, a inesquecível Chica Xavier, sempre foi muito amiga de Léa, e o afeto une as duas famílias há décadas.
“Pra mim, este personagem é importante porque traz uma avó, uma mãe preta, uma mãe baiana não estereotipada, nada submissa. Ela é uma mulher atual, avançadinha, o que me agrada muito. A personagem tem a consciência de sua existência enquanto mulher, mulher preta, um ser humano que lutou muito, uma cidadã, uma mulher consciente de sua ancestralidade, de sua vida enquanto mulher preta na sociedade, uma mulher inteira, sem artifícios, uma mãe moderna. E trabalhar com Luana é como trabalhar em família”, empolga-se Léa Garcia.
Luana Xavier também se emociona. “Minha avó falou para eu trabalhar com as pessoas que ela gostava. Então como recusar atuar ao lado de Léa Garcia? Sem falar que Luiz Antonio Pilar é um ícone para mim desde que sou criança e ouvia falar que ele era o único diretor preto da TV Globo”, conclui a atriz.
O cenário foi feito pela cenógrafa baiana Renata Mota, seguindo o conceito criado por Clivia Cohen para “Mãe de santo”, o primeiro espetáculo da trilogia “Matriarcas”. Os objetos de “Mãe de santo” são reorganizados em cena, e novos elementos chegam para compor os dois ambientes – sala e cozinha –, em que avó e neta conversam quando voltam do velório do neto.
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Além dos ambientes, o cenário é composto por uma instalação com mais de 70 turbantes, representando toda a ancestralidade. O cenário foi confeccionado por diversas artesãs e aderecistas do Rio de Janeiro, com técnicas de crochê, estamparia, macramê, entre outras. Já a direção de Luiz Antonio Pilar – que tem experiência em várias linguagens: teatro, TV e cinema – respeita muito o texto que Thaís Pontes e Renata Andrade escreveram a partir de escutas de Helena Theodoro.
“A minha concepção nasce do que o texto me propõe, e tento respeitá-lo ao máximo. O autor tem um lugar sagrado pra mim”, explica Pilar.
Serviço
“Mãe baiana”
Dia 21 de novembro (segunda-feira), 21h
Cine Odeon – Cinelândia (sessão virtual) – Centro do Rio
Dia 26 de novembro (sábado), 19h
Arena Carioca Fernando Torres – rua Bernardino de Andrade, 200 – Madureira
Dia 9 de dezembro (sexta-feira), 20h
Areninha Hermeto Pascoal – Praça Primeiro de Maio, s/nº – Bangu
Todas as apresentações com ingressos gratuitos
Classificação etária: 12 anos
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