Liderança de mulheres quilombolas é tema da websérie lançada no Dia Internacional da Mulher

WhatsApp-Image-2024-03-07-at-17.41.36.jpeg

Iyalodè, palavra iorubá para “aquela que lidera”, nomeia a primeira temporada  da websérie “Meios de Prosa”. Nela, quatro mulheres de comunidades quilombolas de  Minas Gerais falam sobre os desafios de ser mulher, quilombola e negra, ocupando este  espaço de liderança na articulação entre os territórios e a esfera pública.

A websérie,  produzida pelo grupo de pesquisa Meios – Comunicação, Relações Raciais e Gênero da  Universidade Federal de Viçosa (UFV), será lançada nesta sexta-feira, 8 de março, Dia  Internacional da Mulher, e segue com o lançamento de um episódio por semana durante  o mês inteiro, nas redes sociais do grupo e no Youtube. O trailer pode ser visto no vídeo abaixo:

No episódio de abertura, Maria Luiza Marcelino, 66 anos, mestra dos saberes de  MG e liderança do quilombo urbano Namastê (Ubá), destaca a interseccionalidade na  opressão de ser mulher preta, gorda, quilombola e de religião de matriz africana.

E afirma: “Sou tudo aquilo que a sociedade não gosta”. Efigênia de Castro da Gama  Catarino, 73 anos, líder da Comunidade Quilombola de Fátima (Ponte Nova), enfatiza  em sua fala a preocupação com os jovens da comunidade e a falta de oportunidades. “Agora nós lutamos com conhecimento. Trabalhamos muito na valorização da nossa  cor, da nossa roupa e do nosso cabelo”. 

Patrícia Diniz Moreira Alves, 44 anos, segunda capitã do Congo, e liderança do  Quilombo Nossa Senhora do Rosário de Justinópolis (Ribeirão das Neves), fala do  desafio das mulheres passarem a ocupar o papel de líderes comunitárias:

“As mulheres  sempre foram lideranças, elas organizavam, mas quem aparecia à frente eram os  homens”. Outra liderança da temporada Iyalodè é Carina Aparecida Veridiano, 33 anos,  da Comunidade Quilombola Buieié (Viçosa), que destaca sua motivação na luta: “É  igual Umbuntu: eu sou porque somos. Se nós somos uma família todo mundo precisa  viver bem, todo mundo precisa ter as coisas que dão dignidade para as pessoas”. 

Leia também: “Estou descobrindo uma outra camada de atriz”, diz Cris Vianna sobre sua personagem na novela ‘Família é Tudo’

A coordenadora do Meios, professora Ivonete da Silva Lopes, informa que a  temporada é um recorte da pesquisa “Dos quilombos às favelas: mulheres negras,  interseccionalidade e acesso às tecnologias da informação e comunicação”, apoiada pelo  CNPq e Fapemig.

“Todas as entrevistas mostram como ao longo do tempo as mulheres  têm sido essenciais na luta pelos direitos quilombolas. Elas falam das avós, mães, tias e outras mulheres quilombolas que as inspiraram a continuar na luta, apesar de racismo,  machismo e outras discriminações”, finaliza.

Deixe uma resposta

scroll to top