Mais de 30 milhões de brasileiros convivem com milícias e facções diariamente, aponta pesquisa

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Mais de 30 milhões de brasileiros convivem diariamente com membros de facções criminosas ou milícias, segundo levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). A pesquisa analisou dados coletados em 130 cidades brasileiras e identificou a presença desses grupos em todas as regiões do país.

As grandes capitais, como São Paulo e Rio de Janeiro, além de cidades do Nordeste, concentram as maiores taxas de convivência com organizações criminosas. Segundo o estudo, 19% dos entrevistados com renda de até dois salários mínimos e 18% daqueles que ganham entre cinco e dez salários mínimos afirmaram viver sob influência direta desses grupos.

O levantamento também aponta que cerca de um em cada cinco entrevistados reconhece a existência de segurança privada ilegal oferecida por policiais fora do horário de serviço, prática que indica a expansão de redes paralelas de controle.

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Esses grupos exercem controle social significativo nas áreas onde atuam através do tráfico de drogas e outras práticas ilegais como contrabando e venda clandestina de combustíveis. O impacto desse poder paralelo afeta diretamente o cotidiano dos moradores locais.

Outro estudo, publicado pela Cambridge University Press e elaborado por quatro pesquisadores de universidades dos Estados Unidos, complementa o diagnóstico. A pesquisa, intitulada Governança Criminal na América Latina: Prevalência e Correlatos, mostra que o Brasil tem o maior percentual da população vivendo sob controle de facções ou milícias na região.

De acordo com a análise, entre 50,6 e 61,6 milhões de brasileiros, o equivalente a cerca de 26% da população, vivem sob o que os autores definem como “governança criminal”, conjunto de regras impostas por grupos armados em territórios dominados.

Na comparação regional, o Brasil é seguido por Costa Rica (13%), Honduras (11%), Equador (11%), Colômbia (9%) e México (9%). Segundo o estudo, cerca de 77 a 101 milhões de pessoas na América Latina vivem sob esse tipo de controle.

Os pesquisadores destacam que o fenômeno afeta aspectos cotidianos da vida das comunidades, incluindo a segurança, a economia local e o acesso a serviços públicos.

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