As primeiras semanas do mês de setembro vão marcar o julgamento final do chamado “núcleo crucial”, da trama golpista que, segundo as investigações, tem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como principal líder do esquema. O processo que já é considerado histórico no Supremo Tribunal Federal (STF), ganhou uma carga de suspense em torno do voto do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, que decidiu manter seu parecer em sigilo até o dia da leitura do voto.
A negativa do ministro em divulgar seu voto visa evitar vazamentos e especulações, já que dada a importância do julgamento, a corte trata a pauta com cautela. No entanto, outros ministros costumam adiantar seus posicionamentos a fim de buscar consensos e pedidos de vista que, na prática, significa um pedido de extensão de tempo por parte de determinado integrante colegiado para analisar os itens a serem julgados. A expectativa é que no voto, Moraes defenda uma pena de pelo menos 30 anos a Jair Bolsonaro.

Considerado o principal ponto de discordância de Moraes por posicionamentos contrários às tratativas adotadas em relação aos atos considerados golpistas, o ministro Luiz Fux já teria sinalizado que não fará nenhum pedido de vista.
Ele será o terceiro a registrar voto, e embora discorde da pena por a considerar alta, deve formar maioria pela condenação do ex-mandatário, Walter Braga Netto, Mauro Cid e outros cinco acusados de integrar o núcleo principal da trama que resultou nos atos antidemocráticos do oito de janeiro.
A dinâmica do julgamento prevê a leitura do voto a partir do próximo dia 9 de setembro, ação que pode ter até quatro horas de duração. O procurador geral da república, Paulo Gonet, terá duas horas de fala após a apresentação dos relatórios bem como das sustentações orais, já o tempo de fala dos réus serão distribuídos em uma hora para cada um.
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