A esposa de um juiz da 5ª Vara Cível de Guarulhos, na Grande São Paulo, acusou o marido de violência física, sexual e psicológica. O G1 teve acesso a vídeos do celular da vítima que confirmam as agressões, ocorridas na casa em que os dois moravam, em Caraguatatuba, no Litoral Norte de SP.
Em um dos vídeos, o juiz Valmir Maurici Júnior dá um tapa na cabeça da esposa e, em outro momento, ele dá empurrões, chute e a xinga, e, após as agressões, ela cai no chão. Segundo a vítima, os fatos aconteceram em outubro de 2022.
Em um terceiro vídeo, de abril de 2022, aparentemente gravado pelo próprio juiz, ele a submete a uma relação sexual. Ela informa que a relação não foi consentida e que ela não teve opção de escolha. A vítima e juiz se casaram em 2021 e, atualmente, estão em processo de separação.
Segundo a defesa da vítima, a violência começou depois dos seis primeiros meses de união. Em janeiro deste ano, por meio da Lei Maria da Penha, a vítima conseguiu medida protetiva na Justiça. O juiz está proibido de se aproximar e de manter contato com a mulher e os familiares dela.
Na mesma decisão, ele também foi obrigado a entregar a arma a que tem direito por ser magistrado. O juiz acusa a mulher de furto qualificado, por ela ter levado um cofre quando saiu de casa e o Ministério Público de São Paulo abriu investigação sobre o caso.
O Ministério Público (MP) trata o caso como “gravíssimo” e que o juiz “demonstrou comportamento violento, manipulador, desviado, e que potencialmente colocaria em risco” a integridade da vítima e dos seus parentes. O órgão também classifica o juiz como “investigado”.
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O procedimento está no Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), responsável por casos do tipo, de acordo com a Lei Orgânica da Magistratura. A defesa do juiz “nega veementemente os fatos que lhe são imputados”.
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