Jogo que simula a escravidão e incentiva tortura é denunciado por internautas

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Desde a noite desta terça-feira (23) uma série de denúncias começaram a surgir na internet sobre um jogo disponível em lojas de aplicativos, para baixar em dispositivos móveis do sistema Android, chamado “Simulador de escravidão”. O jogo da MagnusGames faz do usuário um “proprietário de escravos” e incentiva a comercialização e a tortura de pessoas, dentro do aplicativo.

O jogo que possui quatro estrelas no Google Play Store e uma série de comentários racistas apoiando a ideia do aplicativo, oferece a possibilidade de “trocar escravos, comprar, vender, extrair lucro do trabalho, e evitar rebeliões e fugas”, e ainda ajuda os jogadores a evitar a abolição da escravidão dentro do jogo. Apesar do jogo dizer que condena escravidão na vida real e que foi criado “para fins de entretenimento”, a relativização e o incentivo à prática revoltou internautas.

Print de tela do jogo disponível no Google Play Store

Assim que é baixado, o jogo dá as boas-vindas ao jogador explicando como a dinâmica funciona. O simulador racista exibe as opções de colocar seu “escravo” para trabalhar em um bordel, clube, na plantação, em lutas e outros locais, desumanizando esses personagens. Também dão a possibilidade de treinar os escravos, que o próprio jogo divide por níveis, que determina o quanto de lucro ele pode gerar.

Também é gerada uma competição entre os usuários do aplicativo, que pode interferir no lucro de cada um, criando um grande sistema de comercialização de pessoas em situação de escravidão. A maior parte dos personagens que aparecem como escravos no jogo são pessoas negras, e fazem menção a pessoas de regiões do continente africano. Veja abaixo como é o jogo:

A maior parte dos comentários na página do jogo lançado no dia 20 de abril deste ano, no Google Play Store, são positivos com relação ao jogo, e pedem até melhorias na interface do aplicativo. “Ótimo jogo para passar o tempo. Mas acho que faltava mais opções de tortura”, escreve uma pessoa. “Muito bom mesmo, retrata bem o que eu gostaria de fazer na vida real”, escreve outro.

Entre os comentários racistas de exaltação ao jogo, alguns usuários lamentam, revoltados, a presença desse tipo de conteúdo na plataforma que também tem a opção de compras dentro do aplicativo. A movimentação nas redes sociais, incentiva um mutirão de denuncias contra o jogo. Veja os comentários abaixo:

Leia também: Mais de 1,2 mil pessoas foram resgatadas de trabalho escravo em 2023

Bárbara Souza

Bárbara Souza

Carioca da gema, criada em uma cidade litorânea do interior do estado, retornou à capital para concluir a graduação. Formada em Jornalismo em 2021, possui experiência em jornalismo digital, escrita e redes sociais e dança nas horas vagas. Se empenha na construção de uma comunicação preta e antirracista.

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