Via AFP
A promotoria do Panamá anunciou nesta segunda-feira (21) o início das investigações sobre denúncias de supostas esterilizações de mulheres indígenas sem seu consentimento, embora o governo afirme que até o momento não encontrou provas dessas acusações.
“O Ministério Público informa que uma equipe especial de promotores foi formada” para investigar denúncias sobre “possíveis procedimentos de esterilização não consensuais”, disse a instituição em um comunicado.
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De acordo com a nota, os procuradores viajaram à província de Bocas del Toro, no noroeste do país, para iniciar “as investigações”. Na semana passada, a deputada suplente da Assembleia Nacional Walkiria Chandler denunciou que uma dezena de mulheres indígenas teriam sido esterilizadas em hospitais públicos, sem seu consentimento.
A denúncia foi feita a uma delegação da Assembleia Nacional durante uma visita em outubro de 2021 à comunidade de Charco La Pava, uma área montanhosa de difícil acesso na província de Bocas del Toro, habitada por indígenas Ngäbe-Buglé.
Na última quinta-feira, a vice-presidente da Assembleia Nacional e membro da Comissão da Mulher, Criança, Juventude e Família, Kayra Harding, apresentou uma queixa no Ministério Público.
Segundo o comunicado, Harding disse que em uma conversa durante uma visita médica “uma das mulheres denunciou que eram esterilizadas sem seu consentimento uma vez que davam à luz”.
O governo panamenho também lançou uma investigação paralela, embora a ministra da Saúde responsável, Ivette Berrio, tenha assegurado que não há “dados verdadeiros e confiáveis” sobre esterilizações indígenas sem sua permissão.
A ministra também acusou a oposição de promover denúncias sem provas para obscurecer o trabalho do governo, embora haja deputados pró-governo na comissão legislativa que investiga as denúncias.
A deputada Chandler, que é independente, assegurou à AFP que o ex-ministro da Saúde Luis Francisco Sucre, que deixou o cargo temporariamente devido a um problema médico, “estava ciente” das queixas.
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