Um levantamento realizado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a partir de dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), revela que as famílias com renda de até 10 salários mínimos (R$ 12.120) são as mais afetadas e apresentam uma inadimplência de 33,6% em outubro deste ano.
Em setembro de 2021, as famílias com rendimento até 10 salários mínimos tinham uma taxa de inadimplência de 28,6%, já em setembro de 2022, esse índice chegou aos 33,1%. A pesquisa, divulgada nesta segunda-feira (7), mostra, por outro lado, que as famílias com rendimento acima de 10 salários mínimos têm um endividamento consideravelmente menor, de 13,7%.
O índice geral de brasileiros que estão inadimplentes chegou ao patamar de 30,3% no mesmo período, atingindo novo recorde. Esses números revelam um avanço de 4,7 pontos percentuais, em relação a outubro de 2021, quando a quantidade de inadimplentes chegou a 25,6%. Este é o maior percentual desde o início da série histórica, iniciada em janeiro de 2010. Em relação ao mês de setembro, houve um aumento de 0,3%.
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Além disso, 10,6% dos entrevistados disseram que não têm expectativa de conseguir pagar todas as contas no mês de novembro, contra 10,1% em outubro de 2021. Os dados da CNC revelam ainda que 79,2% da população brasileira está endividada, refletindo uma alta de 4,6 pontos percentuais em comparação com outubro de 2021.
Vilão de Crédito
Com 86,2% de pessoas em atraso, o cartão de crédito é o maior índice no mês de outubro, seguido pelos carnês, com 19,5%; financiamento de veículos, 9% e crédito pessoal, 8,4%. Segundo o documento da CNC, o gasto com cartão de crédito é considerado de curtíssimo prazo, o que mostra que as taxas elevadas de inflação atingem as famílias de forma mais direta.