IDH mundial cai pelo segundo ano consecutivo, aponta ONU

Divulgado nesta quinta-feira (8), o relatório Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) revela que o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mundial caiu pelo segundo ano consecutivo globalmente. O Brasil, segundo o Pnud, ocupa a 78ª posição no ranking correspondente ao ano de 2021.

O IDH é calculado levando em consideração a saúde, educação e o padrão de vida de uma nação. O relatório do Pnud ressalta que o Índice voltou aos níveis de 2016, “revertendo parte expressiva do progresso rumo aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). A reversão é quase universal, pois mais de 90% dos países registraram declínio na pontuação do IDH em 2020 ou 2021, e mais de 40% caíram nos dois anos, sinalizando que a crise ainda está se aprofundando em muitos deles”, explica o relatório.

A Organização das Nações Unidas (ONU) lembra ainda que uma sucessão de fatores, ano após ano, potencializou essa queda, a única que se manteve dois anos seguidos em 32 anos. “Os últimos dois anos tiveram impacto devastador para bilhões de pessoas em todo o planeta, quando crises como a da Covid-19 e a guerra na Ucrânia se sucederam e interagiram com amplas transformações sociais e econômicas, mudanças planetárias perigosas e aumento acentuado da polarização”, diz a ONU.

Regionalização

O levantamento da ONU revela ainda que países da América Latina, Caribe, África Subsaariana e sul da Ásia foram os mais atingidos pelas crises mundiais e a recuperação é desigual em relação aos países da Europa, por exemplo. “O mundo está lutando para reagir a crises consecutivas. Vimos, com as crises de custo de vida e de energia, que, embora seja tentador focar em soluções rápidas, como subsidiar combustíveis fósseis, táticas de alívio imediato estão retardando as mudanças sistêmicas de longo prazo que precisamos fazer”, afirma Achim Steiner, chefe do Pnud.

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“Estamos coletivamente paralisados em relação a essas mudanças. Em um mundo definido pela incerteza, precisamos de um senso renovado de solidariedade global para enfrentar nossos desafios comuns e interconectados”, completa.

Outro ponto relatado pelo Pnud é que os países que se sentem mais inseguros são os que possuem visões politicas com tendências extremistas. “Mesmo antes da Covid, vínhamos observando os paradoxos do progresso com insegurança e polarização. Hoje, com um terço das pessoas em todo o mundo se sentindo estressadas e quase dois terços das pessoas em todo o mundo desconfiadas umas das outras, enfrentamos grandes obstáculos para a adoção de políticas que funcionem para as pessoas e o planeta”, finaliza Steiner.