Os homens negros, que tem entre 18 e 59 anos, são maioria das pessoas traficadas no Brasil entre 2021 e 2023. Os dados são do relatório publicado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) nesta terça-feira (30), Dia Mundial e Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, que mostra as cinco maiores razões para o tráfico de pessoas no país. O trabalho análogo a escravidão está em primeiro lugar.
O trabalho análogo a escravidão representa 53% do casos de pessoas traficadas no país. A exploração sexual vem em segundo lugar com 27% dos casos, modalidade na qual as mulheres são a principal vítima. A adoção ilegal representa 9% dos casos, a servidão 8% e a remoção de órgãos representa 3% dos casos.
De acordo com boletins apresentados no relatório, relativos a resgates de trabalhadores/as em condições
análogas à de escravidão, entre os anos de 2021 e 2023, mostram que 80% são pessoas negras (pretas +
pardas), 18% brancas e 2% indígenas.
“O documento expõe um conjunto de informações fornecidas por autoridades nacionais sobre o tráfico de pessoas de diferentes órgãos. Os dados quantitativos e qualitativos resultaram na atual ‘fotografia’ do tráfico de pessoas no Brasil, além de suscitar questões relativas a aspectos desse crime que não aparecem nos registros oficiais”, explicou a coordenadora-geral de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e Contrabando de Migrantes do MJSP, Marina Bernardes ao site oficial do governo.
O MJSP contou com o apoio do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas (UNODC) para a elaboração do relatório. Esse é o sexto estudo do Brasil sobre o tema e apresenta um conjunto de informações atualizadas sobre o tráfico de pessoas. O último divulgou dados entre os anos 2017 e 2020.
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